Taís de prata em Antalya, nunca uma júnior chegara à final num 'grand slam'

Taís de prata em Antalya, nunca uma júnior chegara à final num 'grand slam'

JUDO30.03.202415:12

Depois do 5.º lugar no Grand Slam em Paris, em fevereiro, desta vez a judoca do Algés terminou no pódio na Turquia. É a segunda júnior portuguesa a ser medalhada numa etapa do Circuito Mundial. Ganhou 700 pontos para o ranking que a pode levar aos Jogos de Paris-2024

Ao sofrer um primeira wazari com 2.19m do combate decorrido e depois outro a 56s do fim, Taís Pina (50.ª do ranking mundial) assegurou, esta tarde, a prata dos -70 kg  no Grand Slam da Antalya ao perder a final frente à austríaca Michaela Polleres (7.ª).

Desfecho que não ensombra em nada a brilhante prestação que a judoca do Algés, de apenas 19 anos, teve ao longo da prova turca e tendo em conta que ainda é júnior. Após, em fevereiro, ter ficado a uma vitória no Grand Slam de Paris, Taís, que foi bronze no Europeu Sub-23 Potsdam-2023, desta vez não deixou fugir a oportunidade de pontuar seriamente para o ranking olímpico de Paris-2024, não tendo apenas conseguido fazer frente à experiência de Polleres, de 26 anos, que soma 14 pódios no Circuito Mundial e é medalhada olímpica, prata em Tóquio-2020.

Note-se que Taís é apenas a segunda júnior portuguesa a chegar ao pódio no Circuito desde que este foi criado em 2019, depois de Patrícia Sampaio ter sido bronze nos grand prix de Marraquexe e Tbilisi em 2019. A diferença é que desta feita foi num grand slam e para uma final. Esta foi a sexta vez que Pina disputou uma etapa do Circuito Mundial, tendo-se estreado na passada temporada no Grand Prix de Almada.

Passando tranquilamente à segunda ronda em Antalya devido à ausência da adversária de Madagáscar Aina Razafy (40.ª) no combate inaugural, no seu real primeiro confronto eliminou a uzbeque Gulnoza Matniyazova (18.ª) com um ippon a 29s do fim, mas quando já havia marcado wazari cerca de um minuto antes.

Seguiu-se a bósnia Aleksandra Samardzic (32.ª), contra quem teve de sair do tapete por estar a sangrar logo no primeiro minutos Nada a perturbou. Mesmo tendo que ir ao ponto de ouro, foi aos 49s do prolongamento que conseguiu o wazari que a colocou nos quartos de final face à neerlandesa Kim Polling (22.ª).

Taís Pina (-70 kg, 50.ª do ranking)

CAMINHO PARA A PRATA
Aina Razafy (Mad, 40.ª), vitória por ippon - mão compareceu
Gulnoza Matniyazova (Uzb, 18.ª), vitória por ippon em 3.31m
Aleksandra Smardzic (Bih, 32.ª), vitória por wazari em 4.49m
Kim Polling (Pb, 22.ª), vitória por wazari em 4.00m
Aoife Coughaln (Aus, 10.ª), vitória por ippon em 1.13m
Michaela Polleres (Aut, 7.ª), derrota por wazari em 3.04m

Pódio
-70 kg: 1.ª, Michaela Polleres (Aut); 2.ª, Taís Pina (Por); 3.ª, Madina Taimazova (Rus) e Ai Tsunoda (Esp).

Outra judoca com melhor ranking e bem mais experiente (33 anos). Imobilizou-a a 1.06m do termo do combate. Curiosamente a mesma forma que serviu para chegar à final derrotando a australiana Aoife Coughlan (10.ª) e estar, ainda com idade de júnior, a discutir o ouro num grand slam pela primeira vez.

A prata trouxe-lhe 700 pontos para o ranking mundial, onde é 50.ª, e olímpico, 40. ª, a 16 lugares das posições que dão a qualificação direta para Paris-2024.