«Querem atacar-me, ver-me deitado no chão. Morto!»

«Querem atacar-me, ver-me deitado no chão. Morto!»

NATAÇÃO24.01.202412:00

PARTE 4 - Considerado culpado de um inquérito instaurado pelo IPDJ, concluído na passada semana, que obriga a assembleia geral da federação de natação à imediata destituição, o presidente da FPN_falou a A BOLA e diz que houve interesses políticos e pessoais para matar a sua reeleição na European Aquatics e possível candidatura ao COP.

- Apesar de não querer falar sobre Alexandra Jorge, ela existe e foi quem apresentou as duas queixas que originou no processo no IPDJ. Este apenas pegou no caso da propriedade intelectual e a transição da patente para a federação, mas existiu uma em que questiona que terá usado dinheiros da FPN, dizendo depois o IPDJ ressarciria a federação, para a sua primeira candidatura à EA, há dois anos. O IPDJ não pegou por isso. Pensa que o deveria ter feito, nem que fosse para esclarecer que é verdade ou mentira? E o que acha dessa acusação? 

- Acho que é uma acusação torpe, soez, para utilizar uns adjetivos qualificativos que não sejam muito fortes, porque não representa a verdade. A 23 de novembro de 2021, foi apresentado em reunião de direção, e aprovado em ata, um apoio à candidatura à EA. Apoio esse que constituía pagar a campanha da empresa inglesa que nos estava a assessorar, a Sports Consultancy. Foi pago. 

Nessa data, e tenho testemunhas desse telefonema - uma é o João Campos, que está aqui -, liguei ao presidente do IPDJ a dizer: ‘Vou-me candidatar à LEN [atual European Aquatics] e preciso que o IPDJ apoie nessa verba. Seja nos 25 mil euros, seja nos 30 mil euros. Ele respondeu-me, não se preocupe, isto é uma coisa prestigiante para Portugal, claro que vamos apoiar. Em 2022 foi feito o plano de atividades e orçamento da federação para submeter ao IPDJ, com essa verba que serviu de apoio à candidatura. Com a aprovação por parte da direção da federação e aceitação por parte do IPDJ, que aprovou o plano de atividades e orçamento da federação no programa Atividades Regulares, incluindo este apoio. Portanto, o IPDJ sabia, como depois veio a confirmar. Isto está inscrito em plano de atividades e orçamento da EFPR, logo a EFPR pode fazer uso da verba que achar que deve fazer, para os fins que acha que os deve utilizar.

Por isso, é óbvio que Vítor Pataco sabia que aprovou esta verba. A única coisa que não tinha era um programa específico dentro do IPDJ para a justificar. Estas conversas, que podem ser testemunhadas,

Mas não chega. Mais tarde, antes disso, tive mais dois encontros com o presidente do IPDJ Vítor Pataco. Um aqui no Jamor - onde estava o João Campos e a Susana desta federação, que depois passou para diretora de serviços do IPDJ - e no qual falei de várias coisas, inclusive do programa À Prova de Água, e disse-lhe: ‘Não te esqueças que preciso desta verba e preciso de outra verba adicional, que vamos organizar o Congresso da LEN em Cascais e preciso de um apoio judicio. Ele respondeu: ‘Deixa ver. Vamos ver se a gente consegue?

No dia do jantar do Congresso, a 12 de Maio de 2022, onde o presidente do IPDJ estava sentado à mesa ao meu lado, falámos sobre isso e ele afirmou: não te preocupes, que isto vai estar salvaguardado. Nem que seja em adito ao jantar. No programa das atividades regulares, em novembro de 2022, recebemos um aditamento, no valor de oitenta e tal mil euros, onde, para além de apoio às outras coisas, estaria incluído, face às conversas anteriores, quer o apoio à organização do congresso, quer à campanha.

No mesmo dia, passado uma hora, já andava a correr por todas as redes sociais e eu não tinha recebido nada. Nem a FPN. A federação, só recebeu a decisão formal dois dias depois,

Por isso, é óbvio que Vítor Pataco sabia que aprovou esta verba. A única coisa que não tinha era um programa específico dentro do IPDJ para a justificar. Estas conversas, que podem ser testemunhadas, aconteceram onde ele anuiu a isto. Mas o IPDJ não reclamou nada em relação a tal até agora. Nem podia porque o aprovou em sede do nosso plano de atividade. 

Já a decisão do IPDJ, relativamente ao inquérito, foi tomada a 16 de janeiro de 2024. Estava eu em Zagreb, na final do Campeonato da Europa de polo aquático. No mesmo dia, passado uma hora, já andava a correr por todas as redes sociais e eu não tinha recebido nada. Nem a FPN. A federação, só recebeu a decisão formal dois dias depois, após muita insistência, de vários telefonemas de pessoas da FPN, inclusive meus para o presidente do IPDJ. 

Mais, a outra pessoa que fez a acusação sabia em tempo útil, quantas testemunhas tinham sido arroladas, que testemunhas é que foram falar, qual foi a decisão do instrutor para não ouvir as testemunhas, e pressionou diretamente, não sei o IPDJ ou Secretaria de Estado da Juventude e Desporto,

Tudo isto parece surreal. O que demonstra que há uma objetiva cabala. Mais, a outra pessoa que fez a acusação sabia em tempo útil, quantas testemunhas tinham sido arroladas, que testemunhas é que foram falar, qual foi a decisão do instrutor para não ouvir as testemunhas, e pressionou diretamente, não sei o IPDJ ou Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, a dizer que era muito importante que a decisão saísse antes das eleições para a European Aquatics. 

— E vai para o tribunal contestar a decisão do IPDJ? 

— Claro, já foi decidido em reunião de direção, e vamos contestar a decisão do IPDJ.

— Mas pela federação ou apenas como António José Silva?

— Como presidente da federação de natação porque isto é uma coisa que tem que a ver com o presidente da federação. O processo aconteceu enquanto eu era presidente da federação de Natação. Ainda que considere que este é um ataque mas não às instituições. O ataque é à pessoa. De tal forma que, felizmente a minha boa relação com o reitor da Universidade permite-me falar abertamente sobre estas questões, foi enviada pelo mesmo grupo de pessoas para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, todas as notícias publicadas, com queixas para a Comissão de Ética, a perguntar como é que um professor da Universidade, catedrático, com a responsabilidade que tem a Universidade, compagina isto com a falta de ética e integridade na sua atividade de outras organizações. 

O ataque é pessoal, familiar, porque querem usar questões de índole pessoal e particular para condicionar a minha candidatura à European Aquatics.

Portanto, o ataque é académico, à minha profissão. O ataque não é às organizações, nacionais e internacionais, desportivas nas quais estou envolvido. O ataque é pessoal, familiar, porque querem usar questões de índole pessoal e particular para condicionar a minha candidatura à European Aquatics. Querem atacar-me, ver-me deitado no chão. Morto! E este ataque pessoal é perpetrado por duas ou três pessoas, mas é coordenado por muitas pessoas que têm responsabilidades grandes, a nível institucional português. 

«Suspendi o mandato por não querer perturbar, estamos em vésperas do Mundial»

24 janeiro 2024, 11:01

«Suspendi o mandato por não querer perturbar, estamos em vésperas do Mundial»

PARTE 3 - Considerado culpado de um inquérito instaurado pelo IPDJ, concluído na passada semana, que obriga a assembleia geral da federação de natação à imediata destituição, o presidente da FPN_falou a A BOLA e diz que houve interesses políticos e pessoais para matar a sua reeleição na European Aquatics e possível candidatura ao COP.

Ou porque estão insatisfeitas com coisas que disse, ou porque estão insatisfeitas com coisas que fiz, ou porque não estavam à espera que um provinciano que veio lá do Nordeste, atrás de montes, a 400 km de Lisboa, fizesse aquilo que eles nunca tiveram a capacidade de fazer. Que foi pôr a natação no mapa do desporto nacional e internacional.