Mathieu van der Poel: a lenda
Corredor neerlandês revalidou o título mundial de ciclocrosse conquistando o 'hexa', este domingo, em Tabor, Chéquia, onde iniciou a série em 2015. E já podera ataque ao sétimo, que igualaria recorde
Mathieu van der Poel fechou a chave de ouro a sua hegemonia esta temporada de ciclocrosse, conquistando o sexto título mundial (2015, 2019, 2020, 2021, 2023 e 2024), este domingo, em Tabor, na Chéquia, local onde ganhou o seu primeiro Campeonato do Mundo desta disciplina de inverno do ciclismo.
Igualmente à imagem de toda a época, em que dominou 13 em 14 corridas, o neerlandês, de 29 anos, liderou a competição em Tabor do início ao fim, alargando rapidamente a vantagem sobre a concorrência em que não se incluíam os arquirrivais Wout van Aert e Tom Pidcock. Com aparente facilidade no controlo da prova, Van der Poel desfilou talento e classe no circuito checo e sagrou-se hexacampeão mundial, quedando-se a um título do recorde absoluto, de sete, do belga Eric De Vlaeminck, conquistados entre 1966 e 73.
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Perante esta iminência, não surpreenderá que Mathieu van der Poel, correspondendo a assumida pretensão de igualar ou tornar-se o mais titulado de sempre do ciclocrosse, marque desde já lugar no próximo ano, em Liévin, França, o palco previsto do Campeonato do Mundo 2025, onde tentará elevar-se entre os maiores de todos os tempos da disciplina.
Em Tabor, Van der Poel cortou a meta com 37 segundos de vantagem sobre o compatriota Joris Nieuwenhuis, que subiu pela primeira vez ao pódio em Mundiais na categoria de Elites.
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A medalha de bronze foi para o belga Michael Vanthourenhout, bicampeão europeu em título, que não experimentava a satisfação de um pódio num Mundial desde 2018 (Valkenburg, Países Baixos), quando foi segundo classificado, atrás de um dos principais ausentes em Tabor, Wout van Aert.
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O top-5 em Tabor ficou completo por dois dos homens fortes da temporada de 2023-2024, o neerlandês Pim Ronhaar e o belga Eli Iserbyt. No seu primeiro Mundial no principal escalão, o campeão de sub-23 em 2023, o jovem belga Thibau Nys, ficou no nono lugar.
«Sétimo título? Decidirei com a equipa»
«Foi a corrida mais importante da minha temporada de ciclocrosse, estou muito satisfeito!», começou por afirmar Mathieu van de Poel. «Estava bastante tranquilo antes e durante a corrida, porque a minha experiência permite-o. Já vivi muita coisa no ciclocrosse, foi diferente de quando estava na linha de partida para o meu primeiro Mundial de Elite aqui em Tabor, há nove anos [n.d.r. onde desde logo conquistou o seu primeiro título mundial, em 2015]», recordou o neerlandês.
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«Estava com boas pernas e fiz uma prova muito controlada, nunca corri nenhum risco, pois o grande favorito nem sempre vence, como já se viu no passado. Este é um percurso onde pode acontecer muitas coisas, mas correu tudo bem e estou muito satisfeito por ter conseguido vencer», referiu MVDP.
Sobre a perspetiva de conquista do sétimo título em 2025, Van der Poel foi reservado, mas não escondeu uma vez essa ambição. «Não vou decidir sozinho, vamos conversar na equipa [n.d.r.: Alpecin-Deceuninck]. A temporada de ciclocrosse exige enorme dispêndio de energia. Mas além de faltar-me apenas mais um título mundial para igualar o recorde, o ciclocrosse continua a proporcionar-me bastante prazer», finaliza.