Hoogland novo recordista do quilómetro: «Não sei se ainda estou vivo»

Hoogland novo recordista do quilómetro: «Não sei se ainda estou vivo»

CICLISMO03.11.202304:15

Neerlandês bateu, no México, um máximo que tinha já mais de 10 anos e pertencia ao francês François Pervis

Passaram 10 anos para que o recorde mundial do quilómetro voltasse a ser batido. O feito pertenceu ao neerlandês Jeffrey Hoogland que conseguiu o impressionante registo de 55,433 segundos, desalojando o francês François Pervis que fixara o máximo em 56,303 s. 

Velocista de pista, Hoogland superou o anterior recorde ao longo das quatro voltas à pista do Velódromo Bicentenário de ÁguasCalientes no México, aumentando a sua vantagem de cinco para 8 segundos ao cortar a meta sob aplausos dos apoiantes.

Pervis estabelecer a anterior melhor marca de 56,303 s em dezembro de 2013, um esforço que se tornou o mais duradouro no ciclismo de pista. Ao longo dos últimos dez anos Jeffrey foi o único que demonstrou ter potencialidades e condições para derrubar a marca. A ideia começou a tomar corpo após nos mundiais de Glasgow, em agosto, ter conquistado a quarta medalha de ouro. 

Cansado devido ao esforço a que o corpo havia sido sujeito para chegar ao recorde, no final declarou: «Na verdade não sei se ainda estou vivo. Ainda não posso aproveitar isso. Tenho todo o corpo dorido mas estou muito feliz por ter conseguido o objetivo. O facto de ser apenas um segundo mais rápido é muito bom e abre perspetivas para tentar bater outros recordes que se encontram parados no tempo. A correr em altitude não esperava por milagres, mas foi incrível pedalar e só quando ouvi os aplausos do público percebi que tinha batido o recorde mundial».

Hoogland já era uma lenda no contrarrelógio de 1 km ao lado do seu compatriota Harrie Lavreysen, mas o novo máximo mundial, coloca-o a um nível diferente na história. 

Foi por isso que tentou, para perseguir o legado no desporto. «Quero que o meu nome esteja no topo da lista dos campeões que lutaram por este recorde», frisou, reconhecendo o trabalho desenvolvido por treinadores, funcionários e familiares. «Não sei quanto tempo vai durar a minha carreira, mas continuarei ligado ao desporto para sempre e com um recorde mundial que não se sabe quanto tempo permanecerá na minha posse.. 

Naturalmente, o ciclista dos Países Baixos preparou a conquista ao pormenor. No dia 31 de outubro a pista esteve exclusivamente ao seu dispor, para afinar trabalhar particularidades de última hora. 

Apesar do quilómetro ter sido retirado do programa olímpico em 2005, depois de Chris Hoy conquistar o ouro em Atenas-2004, as ambições de Hoogland encontram-se já apontadas aos Jogos de Paris-2024, onde defenderá o titulo de sprint com a Seleção dos Países Baixos e disputar medalhas individualmente no keirin e no sprint.