Catarina Costa: «A estreia foi espetacular!»
Catarina Costa com o seu treinador João Neto, que a acompanhou na prova japonesa

Catarina Costa: «A estreia foi espetacular!»

JUDO04.12.202307:30

Judoca da Académica de Coimbra conquista a medalha de bronze dos -48 kgn a primeira vez que compete no Grand Slam de Tóquio.Terceira medalha no Circuito em 2023. Bárbara Timo (-63 kg) ficou a uma vitória do pódio

«Foi a primeira vez que vim ao Grand Slam de Tóquio e acho que acabou por ser uma estreia espetacular. Já estava feliz apenas por vir competir, era algo que desejava há muito, mas, ainda por cima ter conseguido terminar no pódio, é realmente muito bom», declarou Catarina Costa (-48 kg) a A BOLA após a conquista do bronze ao derrotar a judoca de Taipé Chen-Hao Lin (34.ª do ranking) com um terceiro castigo após 1.20m de prolongamento. 

Confronto em que chegou a saltar-lhe uma lente de contacto, mas que felizmente encontrou e recolocou. «Nesse momento tive receio de perder o foco, mas disse para mim: ‘Está tudo bem. Vamos concentrar-nos de novo no combate. Há que manter o foco.’ E a verdade é que, passado poucos segundos, venci», recordou.

Na categoria ganha pela japonesa Natsumi Tsunoda (7.ª), que na final aplicou uma chave de braço a Julia Figueroa (22.ª) - nas semifinais a espanhola afastara Catarina da luta pelo ouro -, a olímpica da Académica arrecadou a terceira medalha no Circuito Mundial 2023. Antes conseguira a prata no Grand Slam de Tashkent (Uzbequistão) e bronze no Grand Slam de Ulan Bator (Mongólia). «Estou contente, mas também consciente de que ainda há muito trabalho para fazer. Mas é uma excelente forma de terminar o ano», salientou sobre o êxito obtido na 17.ª e última etapa. 

A Seleção, aliás, esteve perto de concluir o Circuito com outra medalhada, porém, Bárbara Timo (-73 kg, 17.ª) perdeu a luta de acesso ao pódio ao não impedir uma chave de braço a 2.24m do fim frente à neerlandesa Joanne Van Lieshout (15.ª), 3.ª classificada no Mundial de Doha, em maio.

Se neste caso as duas nunca se haviam defrontado, para Catarina (8.ª) foi a terceira ocasião que Lin se cruzou no caminho, tendo também ganho nos GS de Abu Dhabi-2019 e Mongólia-2023. «Fazendo um balanço, foi um ano positivo. Sempre a evoluir. E das provas a que fui no Circuito, só em Israel, onde a mala se perdeu na viagem e não tinha os meus fatos e tudo o resto, não atingi o quadro de honra. De resto, tanto em Almada [5.ª], como Abu Dhabi [5.ª] e Cazaquistão [7.ª] cheguei lá. Por isso, finalizar com três medalhas em grand slams. E mais o título de vice-campeã europeia [Montpellier] é muito bom», reforça. 

«Agora nem sei em que lugar ficarei no ranking. Nunca penso nisso, só no próximo combate Quando for atualizado logo vejo», contou Costa, de 27 anos, que na capital japonesa somou 500 pontos e um bom resultado para a qualificação olímpica de Paris-2024. Ranking no qual ocupa a confortável 6.ª posição. Dificilmente não irá aos Jogos pela segunda vez depois do 5.º lugar em Tóquio. «Tenho é a certeza que este resultado será uma ajuda bastante boa para manter uma posição consistente, sobretudo no olímpico», adiantou. 

Isenta da ronda inaugural, Catarina Costa começou a prova a eliminar a sul-coreana Kyeoncha Lee por castigos após 1.53m de prolongamento. Mais rápido foi o confronto face à japonesa Kano Miyaki (32.ª), a quem impôs ippon logo aos 20s, mas depois de inicialmente terem dado apenas wazari, só foi confirmado pelo vídeo-árbitro passado quase um minuto. E isto quando já havia sido assinalada a vitória a Miyaki por imobilização.

Nas meias, seguiu-se Figueiroa, que aplicou dois wazaris, o último com 1.49m no cronómetro. Foi a sétima ocasião que as duas se encontraram. Agora a espanhola, de 32 anos, leva vantagem de 4-3. 

Concluída a competição, Catarina irá participar num estágio internacional em Tóquio que durará cerca de duas semanas e na qual terá a companhia da maioria da Seleção que se deslocou ao Japão.