Xiong Shiqi (Chn), Agate de Sousa e Natalia Linares (Col), o 'podio' do comprimento feminino Fotografia Kevin Voigt/Rhine-Ruhr 2025

Agate de Sousa: «Estou feliz com o ouro»

Atleta do Benfica venceu salto em comprimento nas 32.ª Universíadas Rhine-Ruhr 2025, na Alemanha. Resolveu tudo ao terceiro ensaio. Segunda medalha de Portugal depois da prata de Francisca Martins na natação.

Catorze anos depois de Nélson Évora ter ganho o ouro no tripo salto nas Universíadas de Shenzhen-2011, já o havia feito em Belgrado-2009, Portugal volta a ter um campeão nos saltos no atletismo, ainda que pelo meio Evelise Veiga tenha visto a sua prata, alguns meses mais tarde, transformar-se em ouro. Mas, desta vez tudo aconteceu no comprimento, através de Agate de Sousa, que com 6,70m, à terceira tentativa, voou diretamente para o mais alto degrau do pódio nas 32.ª Universíadas Rhine-Ruhr 2025, na Alemanha, assegurando assim a segunda medalha do País depois da prata, no sábado, da nadadora Francisca Martins nos 800 livres.

«Estou muito feliz por levar esta medalha de ouro para Portugal e para a minha universidade. A caminhada para aqui teve alguns percalços, mas, graças a Deus, consegui cumprir o meu objetivo, que era ganhar uma medalha», começou por referir à comunicação da federação de atletismo a internacional do Benfica.

Na bancada, e a primeira a abraçar Agate, de 25 anos, estava Patrícia Mamona, chefe da Missão portuguesa, que em Shenzhen-2011 conseguiu a prata no triplo salto e figura da elite no evento em que Naide Gomes foi prata em Izmir-2005, Marcos Chuva, bronze em Kazan-2013, ambos no comprimento e Evelise Veiga prata no triplo em Nápoles-2019, mas que viria a tornar-se em ouro devido à ucraniana Olha Korsun ter acusado positivo no controlo antidoping e acabado desclassificada.

Fotografia Kevin Voigt/Rhine-Ruhr 2025

«Encarei estes Jogos Mundiais Universitários como um palco para podermos mostrar o nosso trabalho e é também mais uma oportunidade para melhorar, em relação à nossa performance, seja num campeonato de Portugal seja num Mundial. Relativamente à diferença estre estes e outros campeonatos, por exemplo a uns Jogos Olímpicos, tenho de agradecer à FADU [Federação Académica do Desporto Universitário] por esta oportunidade e aos meus colegas que sempre me apoiaram, que estiveram aqui na pista, o que foi muito importante, pois ouvir o meu nome em português dá ainda mais ânimo», comentou ainda Agate de Sousa, natural de São Tomé, tal como Naide.

Fotografia Kevin Voigt/Rhine-Ruhr 2025

No estádio Lohrheidestadion, em Bochum, umas das cidades que recebe as Universíadas, Agate era uma das favoritas, sendo a segunda a saltar. No entanto, só o confirmou à terceira tentativa, quando saltou da sexta para a primeira posição com os decisivos 6,70m (vento +1,1m/s) e a liderança por suficiente 16 centímetros, que depois viriam a reduzir-se face à chinesa Xiong Shiqi (6,68) e a colombiana Natalia Linares (6,67).

Já com o ouro na mão, ainda fez o último salto, mas não conseguiu melhorar. «Fiz aquele salto porque quero sempre melhor, sei que estou a valer mais que as marcas que tenho conseguido, posso fazer melhor. Mas esta é uma medalha de ouro, não posso pedir mais. Estou muito feliz», concluiu a nova campeã mundial universitária que, na véspera, resolvera a qualificação tranquilamente com 6,52m, sendo a segunda melhor entre 47 atletas.

Ainda sem mínimos que lhe garantam a qualificação direta para os Mundiais Tóquio-2025, Agate, encontra-se, no entanto, no 10.º lugar do ranking de apuramento.

Ainda no atletismo, Duarte Fernandes, de 23 anos, foi o mais rápido das meias-finais dos 400 barreiras ao parar o cronómetro com 49,51m, batendo, novamente, o máximo pessoal e conseguindo o melhor registo nacional do ano. Na véspera, havia sido 4.º com recorde pessoal de 50,38s.

Nos 1500 metros, Nuno Pereira dominou e controlou a sua semifinal ao cortar a meta na primeira posição com 3.44,07. Na final de hoje e sem ter necessidade de obter mínimos para o campeonato do mundo no Japão, pois já está apurado, é o detentor do melhor máximo pessoal (3.32,16) entre os 12 atletas finalistas. 3.32,16 minutos.

Quanto a Beatriz Andrade concluiu as meias-finais dos 100m em 18,84 segundos, acima dos 11,69 conseguidos nas eliminatórias, o que a deixou na 16.ª posição.