Tudo o que disse Sérgio Conceição: sem medo do Arsenal e pronto «para vencer»

Tudo o que disse Sérgio Conceição: sem medo do Arsenal e pronto «para vencer»

INTERNACIONAL11.03.202421:03

Técnico quer equipa equilibrada, humilde e ambiciosa

-Mikel Arteta teve um discurso um pouco diferente do habitual, fazendo apelo ao apoio do público. O que é que isso lhe diz?

— Pouco. O ambiente faz parte do futebol. Estes ambientes onde há muita paixão de apoiar a sua equipa... mas nós temos os nossos adeptos, em número menor, mas com mais paixão ainda e com mais vontade de nos apoiar. Quem joga são os atletas que vão lá para dentro.

Quando se conheceu o sorteio todos apontaram o Arsenal como favorito. O facto é que parte para esta 2.ª mão em desvantagem...

— Sabemos que é uma tarefa muitíssimo difícil. Estamos a falar da segunda equipa com maior valor de mercado na Liga dos Campeões, e nós somos a equipa com menos valor, depois da eliminação da Lazio... Mas isso vale o que vale, existem equipas técnicas muito competentes nas 16 equipas nesta fase. Temos de olhar para aquilo que é a nossa equipa, olhando para a muitíssima qualidade do Arsenal, que percebe todos os momentos do jogo, faz uma pressão constante. É uma equipa completa, bem treinada, e qualquer um dos jogadores é fortíssimo. Olhamos para isso com respeito, não com qualquer tipo de medo. Estamos aqui sem medo para disputar e vencer o jogo.

Que avaliação faz da evolução do Francisco. É mais fácil para ele ouvir a sua mensagem, dado estar com ele no dia a dia?

— Mais fácil ou mais difícil? (risos).

Bem, sente também as suas dores...

— Não queria entrar no plano mais pessoal, porque a preocupação é o Arsenal. Faz parte da evolução dos jogadores. O Nico, o Varela, são outros jogadores jovens. O Evanilson, o Pepê, o Galeno... Estão num processo evolutivo. Sabemos da qualidade que têm e depois há momentos e ciclos. Momentos que vão passando, onde essa travessia no deserto, essa azia com que ficam por terem menos minutos, mas onde continuam a trabalhar o máximo, não é fácil. Depois, quando têm oportunidade, têm de ter continuidade e dar resposta positiva. Só aqueles que acreditam nos momentos mais difíceis é que depois chegam aqui e conseguem. E estou a lembrar-me de vários jovens que passaram pelas nossas mãos e tiveram êxito precisamente por causa disso.

No Dragão dominou bem o Arsenal com esses jovens de que fala. Passa por aí a evolução da equipa?

— Estamos preocupados com as diferentes dinâmicas do Arsenal, isso é que é interessante. O Francisco faz parte de um grupo jovem de trabalho que temos, só o Pepe é que nos faz equilibrar. Talvez sejamos a equipa com média de idades mais baixa destes oitavos-de-final. Temos um grupo jovem, de qualidade, e que é uma maravilha para eles representarem um clube histórico como o FC Porto. Mas depois há o outro lado, o da pressão, e eles têm de evoluir a ganhar. Percebemos a diferença por tudo aquilo que representa o Arsenal. O Arsenal enfrenta testes todos os dias... O padrão não é o que fizemos contra o Arsenal em casa, mas os jogadores jovens encaixaram isso na perfeição e fizeram um jogo sublime e fantástico. Amanhã o Arsenal vai causar problemas diferentes, e nós temos que os antecipar perante algumas nuances diferentes. O adversário vai querer ser mais competente do que foi no Dragão, não por demérito deles mas por, na minha opinião, muito mérito do FC Porto. Estamos aqui para ir à luta.

FC Porto surpreendeu no Dragão. Como pretende fazê-lo novamente, no Emirates?

— Aí já entramos no plano estratégico, não queria me alongar muito. O Arsenal rematou, só não foi enquadrado. Podem querer chegar de forma mais rápida ao último terço. Eles lá, de forma ligada e apoiada como é hábito, não nos preocuparam tanto. Entrando no último terço, aí, como há muita qualidade individual, temos de os tirar desse espaço. Têm jogadores muito fortes nos cruzamentos, em situações de um para um, a encontrarem espaço onde ele não existe. Temos de tapar esse espaço para não acontecer o que eles gostam e com certeza vão preparar bem essa estratégia.

 - O FC Porto nunca venceu em Inglaterra. Encontra uma razão para isso?

- Os jogos são todos diferentes. O Arsenal está no melhor campeonato do mundo, estão habituados a uma intensidade e nível que é muito superior a todos os adversários, excetuando três ou quatro, do resto da Europa. Nós percebemos isso. Somos sempre competitivos e amanhã com certeza que o vamos ser. Lembro-me do jogo contra o City, tivemos oportunidade de fazer o 2-0 e depois houve um penálti que foi o que foi, com o jogo a virar dessa forma. Os jogos têm histórias diferentes, amanhã outras dificuldades aparecerão. Temos de olhar para o adversário e perceber o que devemos fazer, muito concentrados, focados, com humildade e respeito, mas não com receio. São 11 jogadores nossos que têm qualidade, mais cinco que vão lá para dentro e ajudam sempre a equipa. Estamos confiantes num bom jogo.