Talisca lembra Jesus no Benfica: «Puxou-me as orelhas, mas ensinou-me muito»
Avançado grato a Jorge Jesus, elogia Cristiano Ronaldo e José Mourinho e fala sobre o sucesso fora de campo como... rapper
Anderson Talisca deixou os sauditas do Al Nassr, de Otávio e Cristiano Ronaldo, em janeiro, para se juntar ao Fenerbahçe, de José Mourinho. Fez 12 golos e duas assistências em 23 jogos na segunda metade da época.
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Em entrevista ao Globoesporte, o avançado falou sobre Cristiano Ronaldo e José Mourinho, mas voltou ainda mais atrás no tempo e lembrou os tempos de Benfica com Jorge Jesus. O brasileiro chegou à Luz em 2014/2015 pela mão do treinador português.
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«A minha carreira mudou muito porque eu não era um jogador de fazer golos (risos). Começo no Bahia como um segundo médio. Chegava, mas não era de fazer tantos golos. Quando o Bahia me vende para o Benfica, o Jorge Jesus identifica essa qualidade em mim, porque eu tinha muita facilidade para fazer golos, só que eu jogava muito atrás. Ele conversou comigo e falou: ‘Vais ser um médio ofensivo, um camisa 10, e vais jogar atrás do avançado, com mobilidade e liberdade para flutuar atrás do número 9. E fazer algumas dinâmicas que te vou pedir’», começou por explicar, assumindo que Jorge Jesus mudou a sua história como jogador.
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«Quando eu mudo de posição no Benfica logo quando chego, o meu arranque no Benfica é muito estrondoso. Foi um processo de adaptação à posição porque era novo para mim. Quando mudo de posição e começo a ter esse faro para o golo, a minha carreira muda totalmente, tanto que os meus números ficam absurdos após a minha saída do Benfica. No Benfica, foi um processo de conhecer a posição. Foi um processo muito bom para mim, aprendi muito, o Jorge ensinou-me muito. Quando saio dali e vou para o Besiktas, tudo acontece de forma natural. De lá para cá, as minhas temporadas são sempre com mais de 20 golos. Acho que posso ajudar muito a seleção brasileira de todas essas maneiras. Cada um fazendo o seu, a oportunidade chega no melhor momento», acrescentou, revelando que ainda fala e troca mensagens com Jorge Jesus de vez em quando.
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«Fomos rivais na Arábia Saudita, mas só dentro de campo. Jorge Jesus é fantástico e toda a gente morava praticamente no mesmo local», apontou.
«Como os jogadores do Flamengo já disseram, Jorge Jesus ensina na dor (risos). Começou comigo na dor. Ensinou-me muito, puxou-me muito as orelhas, mostrou-me o caminho que eu tinha de seguir. Depois dele, trabalhei com outros grandes treinadores. Senol Gunes, Luís Castro e agora o Mourinho», rematou.
«Cristiano Ronaldo dispensa comentários»
No Al Nassr, Anderson Talisca dividiu balneário com Cristiano Ronaldo, a quem deixou elogios.
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«É alguém que dispensa comentários (risos). Jogar com o gajo é diferente, mas ajudou-me muito. Foi algo muito importante, porque aprendi a ser cada vez mais profissional, a cuidar de mim mesmo e a ter os meus objetivos bem claros. É alguém bem objetivo. Foi incrível, um sonho trabalhar com ele. Ser parceiro dele de ataque também é algo que vai ficar para o resto da minha vida», afirmou.
«José Mourinho é alguém muito diferente»
O ex-Benfica reforçou o ataque de Mourinho no Fenerbahçe em janeiro.
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«Surpreendi-me ao trabalhar com ele. As pessoas falam muito sobre a sua personalidade, mas é espetacular. A personalidade dele é muito diferente. Se adora os brasileiros? Muito. É muito bom trabalhar com ele. É merecedor da carreira dele, do nome dele e do que representa para o futebol. É alguém muito diferente», atirou.
Talisca brilha dentro e fora de campo
Além do sucesso dentro de campo como futebolista, Anderson Talisca também brilha fora de campo, como rapper, com o nome de Spark.
«Comecei a cantar com 12 anos. Quando começo a morar com a minha mãe, eu tinha de fazer música para ganhar a bolsa da escola. Para eu ganhar a bolsa, tive de aprender percussão. É quando entro na música e me envolvo com a arte. O rap foi mais amadurecimento, como ser humano e pessoa», revelou.
«Quando saio do Bahia para o Benfica, eu tenho tempo para estudar, não passas o dia todo a treinar. Começo a estudar e a trazer aquele meu sonho lá de trás que estava um pouco congelado por causa do futebol. Então comecei a estudar gestão e várias coisas. Montei a minha gravadora, que é a Nine Four, um selo de rap em Salvador», acrescentou.