Bracarenses e vimaranenses ainda têm as suas batalhas, mas vão estar também diretamente ligados à luta pelo campeonato
Bracarenses e vimaranenses ainda têm as suas batalhas, mas vão estar também diretamente ligados à luta pelo campeonato

Sporting e Benfica com o Minho no 'epicentro' do título

NACIONAL12.05.202521:25

SC Braga recebe as águias, Vitória de Guimarães joga no reduto dos leões. Contas podem alterar-se até ao último apito de ambas as partidas. Em simultâneo, guerreiros ainda olham para o (muito difícil) pódio e conquistadores (ainda) têm a Europa nas mãos

Portugal vai parar no próximo sábado. A partir do momento em que o relógio apontar para as 18 horas e os árbitros derem os apitos iniciais das partidas da última jornada da Liga... os corações vão palpitar.

De Norte a Sul haverá muitas emoções à flor da pele. Afinal, está tudo por decidir: título, competições europeias e permanência. Serão 90 minutos de loucos. Aceitam-se apostas, mas, seguindo o sábio conselho do bom senso, o melhor mesmo é que os prognósticos fiquem reservados… para o fim do(s) jogo(s).

Comecemos pelo expoente máximo da competição: a luta pelo título nacional. Sporting e Benfica entrarão em campo com os mesmos pontos (79), com vantagem verde e branca no confronto direto – 1-0 em Alvalade, na primeira volta, 1-1 na Luz, no passado sábado. Ou seja, basta aos leões fazerem o mesmo resultado que as águias para chegarem ao tão almejado bicampeonato, algo que já não acontece há 73 anos.

E para falar dos dois eternos rivais lisboetas é preciso falar dos dois rivais… minhotos. Porque é (n)o Minho que vai decidir(-se) o campeão: o SC Braga recebe o Benfica, o Vitória de Guimarães joga no reduto do Sporting.

No plano meramente teórico, o osso parece mais duro de roer para a nação benfiquista. Não só porque a formação orientada por Bruno Lage não depende apenas de si – terá sempre de fazer melhor resultado do que a turma leonina -, mas porque jogar na Pedreira não é propriamente o melhor cenário possível para a derradeira ronda da competição, ainda para mais com tanto em jogo.

Ao mesmo tempo, o Minho muda-se para Lisboa e o Vitória de Guimarães apresenta-se em Alvalade com o objetivo de manter o 5.º lugar e, por consequência, selar a qualificação europeia (2.ª pré-eliminatória da UEFA Conference League). Os comandados de Rui Borges têm a vantagem do confronto direto com o Benfica e, ao mesmo tempo (e sempre na teoria), também terão a seu favor o facto de jogarem em casa. Com um Estádio de Alvalade a rebentar pelas costuras na ânsia de (voltar a) pintar o título de verde e branco.

Guerreiros com sonho muito ténue

Dois pontos conquistados em nove possíveis. Foi este o saldo do SC Braga nas últimas três jornadas. Aos empates com Famalicão e Santa Clara (ambos 1-1) seguiu-se a derrota (1-2) diante do Casa Pia e, dessa forma, o 3.º lugar passou a ser um sonho muito (mas mesmo muito) ténue. Só não se dirá que é impossível porque a matemática ainda oferece uma equação. Mas cujo resultado líquido parece ser praticamente nulo.

Façamos, então, contas. Porque o SC Braga está a três pontos do FC Porto e o confronto direto entre as duas equipas está empatado – 1-2 no Dragão, na primeira volta, 1-0 na Pedreira, na segunda metade da prova. Ou seja, na ótica minhota não bastará uma vitória diante do Benfica e um desaire dos azuis e brancos na receção ao Nacional.

Em caso de igualdade pontual no final da Liga – se SC Braga e FC Porto terminarem com 68 pontos, o único enquadramento possível para o referido empate técnico -, terá de recorrer-se ao fator de desempate seguinte, ou seja, a diferença de golos. E (também) nesse capítulo, as perspetivas não são, de todo, as melhores para os bracarenses.

O conjunto liderado por Carlos Carvalhal tem um saldo de golos positivo de 25 (54 marcados e 29 sofridos), ao passo que a equipa de Martín Anselmi tem 32 tentos à maior (62 marcados e 30 sofridos). Ou seja, a diferença dos portistas em relação aos arsenalistas é de 7 golos, pelo que será necessário quase que uma hecatombe na 34.ª e última jornada para que as contas possam ser viradas do avesso.

O SC Braga está sempre obrigado a vencer o Benfica e esperar por uma derrota do FC Porto com o Nacional. Há várias combinações de resultados, é certo, mas analisemos o que pode ser tido como mais simples: o FC Porto perder pela margem mínima com o Nacional. Se os dragões cederem por 0-1 diante dos insulares, os guerreiros do Minho terão de bater os encarnados por 7-0. Não sendo impossível, será, convenhamos, extraordinariamente difícil de acontecer.

Conquistadores dependem apenas de si

O selo já poderia ter sido colocado na ronda anterior, mas a derrota (1-2) caseira com o Farense, aliada ao triunfo (2-1) do Santa Clara diante do Famalicão, deixou a vida do Vitória por decidir.

Falamos, claro está, da qualificação europeia. Os vitorianos continuam no 5.º lugar – posição que, fruto da presença de Benfica e Sporting na final da Taça de Portugal, dá acesso à 2.ª pré-eliminatória da UEFA Conference League na próxima temporada -, mas agora em igualdade pontual com o Santa Clara (têm ambos 54 pontos).

A vantagem no confronto direto é dos vimaranenses - derrota (0-1) nos Açores, na primeira volta, vitória (2-0) em Guimarães, na segunda -, pelo que a equipa liderada por Luís Freire depende apenas de si para repetir a presença nas provas internacionais – que esta época, recorde-se, foi de altíssimo nível, uma vez que os minhotos realizaram uma fase de grupos de excelência e caíram apenas nos oitavos de final, aos pés do Betis, que avançou para a final (que discutirá com o Chelsea).

Assim sendo, os conquistadores sabem que um triunfo em Alvalade arruma de vez com a questão, mas têm ainda a possibilidade de confirmarem o 5.º posto sempre e quando fizerem o mesmo resultado que o Santa Clara, que à mesma hora (claro) irá medir forças com o Farense, no Algarve. Sendo que os algarvios também precisam (muito) de vencer para tentarem evitar a despromoção ao segundo escalão.

Estão lançados os dados para um sábado repleto de fervor clubístico. Soltem-se as vozes e aguentem-se os corações. Ainda que, aconteça o que acontecer, tenhamos sempre presente que o futebol é (apenas) a coisa mais importante das coisas menos importantes.

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