Sporting: as razões para Rui Borges ignorar César Peixoto
No final do jogo, treinador leonino só cumprimentou o gilista na zona técnica perto dos balneários e na conferência de imprensa deixou algumas ‘bicadas’. Na base da insatisfação esteve a atitude dos minhotos sem bola, mas, sobretudo, ao que A BOLA apurou, o lance no período de compensação, já com 2-1, que envolveu Zé Carlos e Gyokeres, com o empurrão do primeiro sobre o sueco que poderia provocar uma reação penalizadora a nível disciplinar
O duelo entre o Sporting e o Gil Vicente jogou-se dentro e... fora do relvado. Primeiro nas quatro linhas, onde os leões arrancaram uma vitória a ferros, nos últimos segundos, com um golo de Eduardo Quaresma que deixou todos os adeptos leoninos em delírio. Do lado de fora, porém, no banco de suplentes, foi notória a animosidade entre técnicos: Rui Borges e César Peixoto. O técnico leonino cumprimentou o adversário no arranque da partida, mas, no final, o cumprimento só aconteceu na zona técnica, junto aos balneários, até porque Borges raramente tem o hábito de se dirigir ao técnico da outra equipa no relvado.
«Não estive com ele e não tinha necessidade de fazê-lo», respondeu Rui Borges no final, não sem antes deixar algumas bicadas à forma como o Gil se apresentou. «Sem remates enquadrados? Do outro lado esteve uma equipa a defender com 11 jogadores junto à área. Não vamos ter sempre o Sporting a fazer cinco golos, se a equipa adversária tivesse esta atitude competitiva noutros jogos teria mais pontos de certeza», disse.
César Peixoto não abordou o tema na conferência, mas através das redes sociais, esta segunda-feira, partilhou um vídeo com imagens de leões com uma mensagem onde dá conta de que por vezes é melhor remeter-se ao silêncio...
«Silêncio é poder. Nunca dês explicações a pessoas que não querem compreender-te. Nunca gastes tempo a provar o teu valor junto daqueles que não o veem. Fica em silêncio, focado e deixa que o sucesso seja a tua resposta mais audível. O meu pai ensinou-me que nem todos merecem uma explicação e que nem todas as batalhas merecem ser travadas», pode ler-se.
Pois bem, perante esta troca de argumentos, Rui Borges, sabe A BOLA, não pretende alimentar mais esta polémica, estando tranquilo e focado para o dérbi. O técnico não gostou da atitude da equipa minhota, sem bola, mas ficou principalmente irritado com o episódio que ocorreu nos instantes finais envolvendo Zé Carlos e Gyokeres. Um momento que ocorreu depois do golo de Eduardo Quaresma, em que o lateral surge a empurrar o sueco de forma deliberada. Um episódio que poderia levar a consequências caso houvesse uma reação do nórdico, que acabou por não surgir, sobretudo pelos protestos imediatos de Harder, que protegeu o colega de equipa.
Este incidente desagradou muito o técnico dos leões, que não conseguiu esconder essa insatisfação. Algo que foi relativizado, logo depois do jogo, desvalorizando algum possível problema pessoal com o treinador, algo que não existe.