Avançado igualou o argentino em golos e assistências. Marcou mais de metade dos golos da equipa nos últimos cinco jogos. E esteve em quase 70 por cento
Os longos jejuns de golos parecem fazer parte do passado e as dúvidas que muitos alimentaram sobre a capacidade goleadora de Vangelis Pavlidis parecem estar a desaparecer. O avançado grego de 26 anos está a viver o melhor momento no Benfica — marcou sete golos nos últimos cinco jogos, mais de metade dos da equipa.
Se os golos são como o ketchup e quando aparecem é tudo de uma vez, como Cristiano Ronaldo defendeu em 2010, então Pavlidis abriu a garrafa contra o Barcelona (4-5). O hat trick contra os catalães na Liga dos Campeões não serviu para a vitória do Benfica, mas o internacional helénico deixou marca. No jogo seguinte, com o Casa Pia (1-3), começou no banco de suplentes e os encarnados perderam. Voltou aos golos com a Juventus (2-0), marcou o primeiro do triunfo, voltou a picar o ponto com o E. Amadora (3-2), assinado o terceiro da equipa, e bisou, sábado, com o Moreirense (3-2).
Pavlidis marcou, como tal, mais de 50 por cento dos golos do Benfica nos últimos cinco jogos (53,9 por cento, mais precisamente). São número que refletem já a importância no jogo da equipa e que ganham mais relevância quando se somam as assistências que fez com Juventus e E. Amadora. Participou diretamente em nove golos, ou seja, 69,2 por cento do total da equipa.
Bruno Lage foi questionado, depois do jogo com o Moreirense, sábado, sobre se Pavlidis tinha, acima de tudo, superado um problema mental. Foi categórico ao dizer que não.
«É o jogador chegar a uma nova realidade, perceber o campeonato... Aconteceu com todos, com o Seferovic, Carlos Vinícius, com todos. A exigência é muito grande, as pessoas esperam muito de nós e nós esperamos muito dos jogadores. E os jogadores têm uma exigência muito grande entre eles. Quem vem de fora tem de perceber o mais rápido possível. Depois é o trabalho. Pavlidis fez sempre um trabalho muito bom, na forma como a equipa defende, como pressiona e condiciona o adversário a sair do guarda-redes. Teve sempre enorme qualidade a atacar, nos movimentos, assistências, tabelas e combinações. Faltava o golo. Está a viver um bom momento, o golo traz confiança, mas a confiança vem do trabalho sustentado desde o início da época», argumentou o treinador.
Preocupação, ansiedade e apoio
Pavlidis tem, agora, 14 golos e sete assistências em todas as provas, igualando o registo de Ángel Di María. Kerem Akturkoglu, que não marca desde 7 de dezembro, é quem mais se aproxima deles, com 10 golos e seis assistências, mas perdeu o fôlego inicial.
Avançado grego continua de pé quente. Reconhece que a equipa não esteve bem na segunda parte mas valorizou o principal: «Às vezes os jogos são difíceis e temos de ganhá-los»
Embora nunca reconhecido publicamente, as secas de golos de Pavlidis causaram preocupação na estrutura do futebol profissional, consciente da dificuldade de lutar pelo título sem golos de ponta de lança. No Seixal, Bruno Lage sempre valorizou o trabalho do grego, manifestando-lhe confiança e procurando limpar os erros do jogo dele. Também publicamente sempre apoiou Pavlidis.
A contratação de Andrea Belotti não ameaça Pavlidis, apesar de perfil semelhante. O internacional helénico é a primeira opção e o italiano uma alternativa. Arthur Cabral passou, por isso, a terceira opção.