8 dezembro 2024, 15:13
FC Porto já treina a pensar no Midtjylland
Dragões voltaram aos trabalhos no Olival após desaire com o Famalicão
Mais um golo sofrido perto do intervalo custou dois pontos aos dragões em Famalicão. Fenómeno agrava-se na Liga Europa, onde os azuis e brancos já deixaram escapar oito pontos nos minutos finais da primeira e segunda parte
A cerca de um minuto de o relógio assinalar 45’ no Municipal de Famalicão, o FC Porto sofreu o primeiro golo do jogo, da autoria de Óscar Aranda, o que acabou por custar dois pontos à turma de Vítor Bruno no Minho, falhando assim o assalto ao topo da tabela da Liga.
Apesar de ter sido o primeiro tento consentido perto do intervalo com reais consequências em jogos do campeonato – os azuis e brancos apenas haviam perdido pontos em Alvalade (0-2) e na Luz (1-4) – o remate certeiro dos famalicenses veio numa altura do jogo sensível para os portistas, sobretudo em partidas da Liga Europa, e confirmou uma tendência negativa da equipa pouco antes do apito para o intervalo ou para o final dos encontros.
Na prova europeia, na qual os dragões registam apenas um triunfo ao cabo de cinco rondas, os comandados de Vítor Bruno sofreram já cinco golos na reta final das partes (últimos cinco minutos do primeiro ou segundo tempo), o que se traduz numa perda muito significativa de oito pontos.
Tudo começou na jornada inaugural da Liga Europa. Na viagem à Noruega, na casa do Bodo/Glimt, um golo de Hauge aos 40 minutos (1-2) colocou os portistas em desvantagem pela primeira vez no encontro, que acabaria mesmo por acabar em desaire (2-3), apesar da superioridade numérica durante praticamente toda a etapa complementar.
Um balde de água ainda mais fria gelou o Dragão na ronda seguinte, ante o Manchester United. Harry Maguire marcou de cabeça na sequência de um canto, aos 90+1’, e repôs a igualdade no marcador (3-3), num duelo em que os azuis e brancos também tiveram vantagem numérica e onde chegaram a operar uma reviravolta de 0-2 para 3-2.
Um triunfo suado diante do Hoffenheim (2-0), na jornada 3, antecedeu o desaire no Olímpico de Roma, perante a Lazio (1-2), que faturou aos 45+5’ e aos 90+2’.
Em Bruxelas, frente ao Anderlecht, um golo a quatro minutos dos 90’ voltou a penalizar os dragões (2-2), que não conseguiram segurar a vantagem que tinham obtido instantes antes, por intermédio de Fábio Vieira.
Agora, em Famalicão, o fantasma das retas finais das partes regressou para assombrar a equipa portista, dado que preocupa a equipa técnica. Falta de concentração e algum relaxamento de vários jogadores, nomeadamente no setor defensivo, bem como muita passividade e pouca agressividade nos duelos, podem explicar o fenómeno que tem prejudicado bastante a equipa, que procura estabilizar no meio da crise, numa altura em que não vence fora de portas desde o final de outubro, na Vila das Aves (cinco jogos consecutivos).
É preciso recuar 23 anos, até à temporada 2001/02, para encontrar uma média de golos sofridos pelo FC Porto superior a um por jogo. Nesta altura, os dragões registam uma média de 1,09 tentos consentidos por encontro (24 em 22 jogos) e nessa época, na qual terminaram o campeonato em terceiro lugar, o número foi ligeiramente inferior (1,02 por partida).
Apesar de Vítor Bruno já ter apresentado vários quartetos defensivos distintos, os problemas no setor mais recuado parecem persistir.
Os azuis e brancos sofreram pelo menos um golo em cinco dos últimos seis desafios, sendo a receção ao Casa Pia (2-0) o único encontro em que a baliza ficou a zero nesse período.
Segue-se a receção ao Midtjylland, na 6.ª jornada da Liga Europa, partida muito importante para as contas de qualificação para os oitavos de final da competição.
8 dezembro 2024, 15:13
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