Clayton abriu caminho ao triunfo do Rio Ave contra o E. Amadora (JOSÉ COELHO/LUSA)

E depois da tempestade, Clayton põe fim à seca (crónica)

Vila-condenses voltaram aos triunfos e asseguraram manutenção direta na Liga com golo do brasileiro e outro de Martim Neto. Por sua vez, os tricolores continuam com futuro por definir.

Após a tempestade, veio a bonança. O Rio Ave derrotou o Estrela da Amadora por 2-0 e confirmou matematicamente a permanência na Liga. Clayton colocou fim a uma seca de golos que durava há cinco jogos e manteve os tricolores na luta pela salvação até, pelo menos, à próxima jornada.

Após o adiamento da partida devido a condições climatéricas adversas, jogou-se, por fim, em Paços de Ferreira. A primeira parte foi animada, com aproximações às balizas de parte a parte. No entanto, nem Clayton nem Bucca conseguiram finalizar nas melhores ocasiões (9' e 12'). Entre quezílias e picardias entre jogadores, assistiu-se à primeira grande ocasião de golo ao minuto 30 quando André Luiz obrigou João Costa a defesa apertada.

Empolgados com o remate do extremo, os vila-condenses guardaram a melhor versão para os minutos finais da primeira metade e voltaram a ficar perto de marcar num livre de Tiknaz (36') – João Costa voltou a brilhar. Quando o guarda-redes falhou, Pantalon salvou o Estrela com um corte em cima da linha e no lance imediatamente seguinte Travassos testou a atenção de Miszta (44'). Um minuto antes, Petit havia sido expulso com vermelho direto por protestos.

A segunda parte foi, porém, distinta. Desde logo porque o Estrela da Amadora foi menos ameaçador ofensivamente e deixou o Rio Ave muito confortável. Os vila-condenses sentiram à-vontade para carregarem em busca do golo que lhes permitisse quebrar a série de três jogos sem ganhar e festejaram aos 65 minutos por Clayton. O golo acabou por ser anulado por posição irregular do brasileiro – por 31 centímetros – e deixou Amine, que perdeu a bola no início da jogada, a respirar de alívio.

O Rio Ave esmoreceu com o golo anulado, assim como o jogo. As duas equipas pareciam mais preocupadas em não perder do que em ganhar, com exceção de André Luiz, que voltou a ameaçar o golo num remate cruzado (75'). Volvidos dois minutos, Tiknaz fez uma tabela com Kiko Bondoso e isolou Clayton – o mais difícil é jogar simples – e o avançado foi travado em falta por Dramé na área. De penálti, o brasileiro abriu o marcador e pôs fim a uma série de cinco jogos sem marcar.

O Estrela da Amadora procurou o empate, desequilibrou-se e acabou por sofrer o segundo golo. Depois de João Costa ter negado o bis a Clayton com uma excelente intervenção, Martim Neto confirmou o triunfo (e a permanência) vila-condense com um golo cheio de classe aos 90+6.

O melhor em campo: Clayton (6)
O avançado colocou fim à seca de golos e abriu caminho ao triunfo do Rio Ave. Clayton trabalhou e correu bastante, funcionou como referência ofensiva e nunca se escondeu do jogo, procurando combinar com os adversários. Depois de ter tido um golo invalidado, o brasileiro marcou e chegou ao 14.º na Liga, o 18.º na temporada. Decisivo, portanto.
A figura do E. Amadora: Pantalon (6)
O defesa fez uma exibição praticamente irrepreensível. Ao longo de todo o jogo, o croata apenas cometeu um erro no reencontro com a antiga equipa e foi já nos descontos quando foi driblado por Martim Neto. Até esse momento, aos 90+6, Pantalon superiorizou-se aos adversários e conseguiu cortar em cima da linha um lance de golo certo.

Notas do Rio Ave: Miszta (6), Vrousai (5) Ntoi (6), Panzo (5), Omar Richards (5), Tiknaz (5), Bakoulas (5), André Luiz (6) Olinho (5), Tiago Morais (4), Clayton (6), Martim Neto (6), João Novais (5), Kiko Bondoso (4), João Tomé (-) e Zoabi (-).

Notas do E. Amadora: João Costa (6), Diogo Travassos (5), Pantalon (6), Dramé (4), Montoia (5), Amine (4), Bucca (5), Paulo Moreira (5), Jovane (5), Alan Ruiz (5), Kikas (5), Chico Banza (5), Rodrigo Pinho (4), Léo Cordeiro (5), Nilton Varela (-), Tiago Mamede (-),

As reações dos treinadores:

Petit (Rio Ave): O nosso objetivo sempre foi fazer melhor do que na última temporada. Chegámos aos 36 pontos, que era uma das metas. Nunca falei em permanência. Foi um jogo bem conseguido da nossa parte e penso que o controlámos sempre, criámos oportunidades na primeira e na segunda parte. É uma vitória justa pelo que os jogadores fizeram.

José Faria (E. Amadora): Estamos numa fase muito importante da época e, por mais que tentemos controlar a ansiedade e os nervos, a importância do jogo para ambas as equipas tornou as coisas mais difíceis. Quem marcasse primeiro podia desbloquear o jogo. O Rio Ave aproveitou um erro nosso e conquistou um penálti. Depois acabaram por vencer bem.