Cortejo fúnebre passou pelo recinto azul e branco
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Domingos Paciência recorda a última vez que viu Pinto da Costa

NACIONAL20.02.202517:01

Numa entrevista emocionante, o ex-jogador fala da chegada, saída e regresso ao FC Porto, recusando propostas de Inter, PSG e Sporting por isso mesmo

Domingos Paciência foi um dos jogadores que mais vezes representou o FC Porto (381) enquanto Pinto da Costa era presidente do clube, um percurso iniciado em 1987, graças ao olho que o antigo dirigente tinha para a formação. 

«Comecei no FC Porto com 13 anos», conta Paciência ao Sphera Sports, «uns anos mais tarde é que estava nos juniores (com 17 anos) e assinei o meu primeiro contrato profissional. O Pinto da Costa era o presidente e tinha a capacidade de ver quem éramos e quem podíamos ser. Valorizava a qualidade dos jovens, não só no meu caso, aconteceu com muitos outros jogadores. Saber escolher era uma grande faculdade que ele tinha.» 

Homenagem ao histórico líder azul e branco
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Domingos recorda assim as várias vezes em que Pinto da Costa o manteve no FC Porto, apesar de outras ofertas, talvez, mais aliciantes: «Quando estava a fazer a transição da formação para a equipa principal, havia muitas equipas secundárias que queriam contratar-me e ele nunca quis deixar-me sair.» 

«Mais tarde, depois de ter feito boas épocas com Bobby Robson, houve ofertas de clubes como o Inter e o PSG, que era treinado por Artur Jorge, e também do Deportivo da Corunha. Ele sempre me disse que eu era importante para ele e para o clube. E não são apenas palavras, porque sou um dos onze jogadores que mais jogaram na equipa durante a sua presidência», conta Paciência. 

Pinto da Costa impediu Paciência de assinar pelo Sporting 

Eventualmente, chegou a altura do jogador que marcou 143 golos pelo FC Porto «deixar a equipa e de ir para Espanha, o que não foi fácil». «Estivemos a negociar durante um dia inteiro, até às quatro da manhã. Ele não me queria vender, até chegámos a apalavrar a minha renovação. Cheguei a casa e telefonei-lhe a insistir e ele disse-me: “Está bem, então vai”. Disse-me com tristeza.»

Depois de dois anos na Corunha, Paciência quase regressou a Portugal, graças a uma proposta do Sporting. Coube a Pinto da Costa intervir outra vez: «Dois anos depois, estava próximo de assinar pelo Sporting e ele ligou-me para dizer que não podia dar esse passo e voltei atrás. Não podia dizer que não e regressei em 1999.»

Rogério Azevedo acredita que o lado negativo do presidente do FC Porto desaparecerá com o tempo
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Por fim, Domingos Paciência recordou assim a última vez que conviveu pessoalmente com o antigo presidente: «A última vez que estivemos juntos foi na apresentação do meu livro em 2023. A cerimónia estava muito atrasada porque o Sérgio Conceição não tinha chegado e eu fui dizer-lhe que íamos começar. Ele disse-me que eu não tinha de esperar.»

«Quando o Sérgio estava na sala, perguntou-me se a minha mulher já tinha chegado e disse-me que então não podíamos começar. Esta é apenas uma amostra do grande afeto que ele sempre demonstrou por mim e pela minha família», concluiu.