Destaques do Benfica nos Açores: brilha João Neves, mas há surpresas!
João Neves, médio do Benfica (Imago/Maciej Rogowski)
Foto: IMAGO

Destaques do Benfica nos Açores: brilha João Neves, mas há surpresas!

NACIONAL20.10.202320:11

Do intratável Gonçalo Guedes, ao surpreendente Tiago Gouveia e um Arthur Cabral do inferno ao céu em minutos; leia em baixo o que eles fizeram no Lusitânia-Benfica da Taça de Portugal

O melhor em campo - JOÃO NEVES (7)

Roberto Martínez, selecionador de Portugal, não estava a ser simpático quando disse que João Neves mandava no meio-campo do Benfica. Manda mesmo. No jogo desta sexta-feira, o jovem médio, de 19 anos, nunca perdeu de vista a bola, recuperou-a dezenas de vezes, passou-a com critério (talvez com um pouco menos de eficácia do que o costume), tentou o remate de longe, mas, sobretudo, ligou de forma entusiasta e intensa a equipa. Com ele não há lances dados antecipadamente como perdidos, nem espaço para relaxamento. João Neves vê-se tão bem no campo! E nele não parece ter apenas 1,74 m. Na verdade, parece um gigante; loiro, a transpirar futebol e a fazer sorrir a equipa.

(5) SAMUEL SOARES — Não esteve muito em jogo, mas quando teve de intervir fê-lo com segurança. Controlou bem dois remates de Gonçalo Cabral, aos 24’ e aos 42’. Transmitiu segurança à equipa.

(7) AURSNES — Um dos melhores do Benfica. Dinamizou o flanco direito, serviu João Mário no primeiro golo, descobriu Tiago Gouveia no quarto das águias e pelo meio ofereceu outros lances para golo não concretizados. Cometeu penálti, é verdade, mas esse foi um pecado tão pequeno em tão boa exibição... E novamente a jogar como lateral-direito...

(5) ANTÓNIO SILVA — Muito inteligente na ocupação dos espaços, foi competente e autoritário em todas as abordagens e por isso realizou uma exibição sem sobressaltos.

(6) MORATO — Defensivamente intransponível, o defesa-central brasileiro também lançou o ataque. Aos 60’, por exemplo, recuperou a bola e de imediato a colocou na corrida de Rafa e assim a equipa encarnada conseguiu criar perigo em poucos segundos

(5) BERNAT — Logo no primeiro minuto de jogo entrou pela esquerda e cruzou atrasado para Rafa quase marcar golo. Depois geriu o esforço com superior capacidade técnica, mas demonstrou insuficiente capacidade para nele se envolver mais e melhor.

(6) CHIQUINHO — Mais posicional preocupou-se sobretudo na gestão com bola, fazendo-a girar. Solidário nas tarefas defensivas, Excelente no passe para o golo de Rafa.

(6) JOÃO MÁRIO — Mereceria boa nota só pelo golo de calcanhar que marcou; e num lance que resultou de um primeiro remate que fez à baliza. Qualidade na circulação, alguma intermitência na intensidade, mas sempre na liderança da ideia de equipa.

(7) RAFA — Sempre uma ou duas velocidades acima de todos os outros jogadores e por isso mesmo marcou o golo que marcou, isolado e deixando a léguas o defesa do Lusitânia mais perto de poder oferecer-lhe resistência. Lutou para ser feliz mais vezes, rematou, sofreu faltas e foi diferenciado em campo.

(5) TENGESTEDT — Muito interessante a forma como desde a esquerda furou em direção à área e em mais de um lance causou perigo. Aos 11’ rematou de cabeça na área mas faltou-lhe melhor pontaria. Ainda com alguma aparente falta de intensidade.

(6) ARTHUR CABRAL — Marcou finalmente o primeiro golo pelo Benfica, o terceiro deste jogo, mas, na verdade, foi somente (e não é pouco, atenção) isso o que de bom fez frente ao Lusitânia. Voltou a mostrar tremenda falta de confiança, o que pode e deve explicar a falta de qualidade da exibição do ponta de lança brasileiro, que teve lances para marcar mais golos mas desperdiçou-os de forma incrível.

(5) JURÁSEK — Aos 52’ cruzou muito bem para um golo cantado que Arthur Cabral não concretizou, mas depois apagou-se, sentiu dificuldades defensivas e mostrou pouca coordenação com os companheiros no ataque. Mas mostrou inconformismo.

(7) GONÇALO GUEDES — O atacante entrou ao intervalo e rapidamente colocou intensidade em campo. Rematou com perigo, fez uma grande assistência para o golo de Arthur Cabral e marcou dois golos que não contaram porque as jogadas foram invalidadas pelo árbitro. Mas merecia ter festejado pelo menos um. Guedes vem de uma recuperação prolongada de lesão no joelho esquerdo, mas, ontem, não se lhe foram percebidas fragilizadas.

(7) TIAGO GOUVEIA — Fez de Rafa e também fez a diferença. Aos 85’ furou pela direita e rematou com potência para boa defesa do guarda-redes e depois marcou mesmo, aos 87’, num lance em que teve tudo: potência, velocidade e classe na finalização, colocando a bola por cima do guarda-redes quando este se saiu da baliza.

(5) MUSA — Envolveu-se imediatamente na ideia de jogo, defendendo e atacando de forma solidária, embora pouco consequente.

(-) FLORENTINO — Entrou para os instantes finais; sem tempo para ser influente.