Benfica-Barcelona, 0-1 De António Silva à goleada perdida: a reação do treinador do Benfica
Bruno Lage queixou-se das ocasiões desperdiças pelas águias e quer vencer em Barcelona
— Como analisa este Benfica-Barcelona?
— Um bom jogo de futebol, onde começámos logo aos 20 segundos com uma excelente oportunidade para marcar e terminámos o jogo com várias oportunidades e não conseguimos marcar. Fica a eliminatória em aberto, era aquilo que perspetivávamos, mas não estou satisfeito com o resultado. Mas a página está virada, jogadores estão a recuperar para fazermos uma boa exibição e com golos já perante o Nacional. E depois, ambição enorme de ir a Barcelona vencer e seguir em frente na prova.
— O jogo fica marcado por aquele momento em que o António Silva acaba por entregar a bola ao Raphinha.Teve alguma conversa com o António? Como é que o grupo reagiu?
— Entendo, mas acho que o jogo fica marcado pelas várias oportunidades de golo que criámos e que não marcámos, porque poderíamos estar aqui a falar de um resultado de 5-1 e estamos a falar de 0-1. Toda a gente falha passes, desde o guarda-redes até ao avançado, toda a gente falhou passes, este fica visível porque dá o golo. O António não precisa de palavras, precisamos é de olhar em frente, fazer já uma exibição semelhante perante o Nacional e olhos postos no jogo seguinte com o Barcelona.
— Historicamente o Benfica não tem resultados que lhe indiquem essa vertente de ir a Barcelona ganhar. Acredita que de facto tem capacidade para chegar e ganhar em Barcelona?
— Eu não ligo muito àquilo que é o passado. Não tinha vitórias fora de casa na UEFA Champions League e o registo do Benfica na presente temporada é muito bom fora de casa, por isso aquilo que me interessa é passar muita confiança e ambição aos nossos jogadores para olhar em frente e fazer um grande jogo perante o Barcelona. Porque o que aqui vimos hoje, acho que é importante realçar, foi que o Barcelona respeitou muito o Benfica, não pressionou como costuma pressionar, não manteve a linha defensiva subida como costuma manter e isso significa que houve respeito. E até mesmo, quer antes, quer após o jogo, as palavras do treinador refletem exatamente isso.
— Depois desta falta de eficácia, hoje sente-se arrependido de não ter inscrito o Bruma na Liga dos Campeões? E também está arrependido de ter deixado António Silva em campo e ter substituído o Tomás Araújo?
— Não, o Tomás sentiu desgaste no jogo, por isso é que saiu. E não estou arrependido de não ter inscrito o Bruma, isso foi uma consequência de contratações que nós fizemos, infelizmente só podíamos inscrever três e à medida que os jogadores foram chegando, nós fomos fazendo a inscrição. Por isso, a conversa com o Bruma foi sempre muito clara, ele vinha mas não poderia ser inscrito na Liga dos Campeões.
— Há pouco disse que a diferença poderia ter sido de 5 a 1. Acha que a diferença foi assim tão grande durante o jogo?
— Não, estou a dizer em função daquilo que foram as nossas oportunidades de golo, que podia ser 4-1, 4-2, 4-3. Acho que o jogo foi tão rico em oportunidades, principalmente para o nosso lado, que temos uma entrada muito boa no jogo. Há uma oportunidade aos 15, 20 minutos do Barcelona, duas boas defesas do Trubin, mas depois, na segunda parte, há um conjunto de oportunidades muito boas, inclusivamente até um penálti. Belotti estava em fora de jogo pela manga da camisola . Num dia bom poderíamos ter feito os mesmos golos que marcámos ao Atlético de Madrid [4-0]. Agora, importante foi realmente o que a equipa fez, 11 contra 11 e depois mesmo após as substituições. A equipa entendeu que tínhamos de mudar o jogo, que tínhamos que mudar o posicionamento, que tínhamos de mudar os passes e continuámos a criar imensas oportunidades de golo. A imprensa espanhola dá um grande destaque ao guarda-redes adversário.