Quase cinco anos depois de ter anunciado o adeus ao Real Madrid, no qual esteve três épocas, para rumar ao Manchester United, Álvaro Carreras está de volta ao universo da casa blanca. A Imprensa espanhola é unânime a apontá-lo como o eleito do novo treinador Xabi Alonso para reforçar a esquerda da defesa e, para lá de argumentos financeiros que o Benfica não conseguirá acompanhar, os merengues têm sempre um trunfo emocional — o objetivo de carreira do lateral-esquerdo galego de 22 anos sempre foi voltar ao Real Madrid, também por razões afetivas. Carreras encontrou no Benfica o espaço e a oportunidade que nunca teve no Man. United. Chegou à Luz em janeiro de 2024 e depois de algumas dificuldades na segunda metade da época passada afirmou-se na equipa, resultado de ascensão meteórica alimentada pela aposta de Bruno Lage. Aproveitou a lesão de Beste ao segundo jogo da temporada para não mais largar o lugar. O Benfica, que o contratou ao Man. United no último verão por €6 milhões, mantendo os red devils cláusula de recompra de €20 milhões, acompanhou importância que Carreras ganhou na equipa com proposta de renovação e aumento de salário. Em abril, quando A BOLA disso deu conta, prevalecia a convicção, entre o lateral galego e a estrutura do futebol profissional, de que a continuidade no clube seria um dado quase garantido. Os encarnados, por sua vez, querem proteger-se com o aumento da cláusula de rescisão de €50 milhões. Esse continua a ser o plano dos encarnados. O Real Madrid, segundo as publicações desportivas espanholas, lançou um ataque surpresa e não só poderá acenar-lhe com um salário de 8/9 milhões de euros, que o Benfica não terá capacidade de igualar, como com a oportunidade de voltar pela porta principal. No adeus ao Real Madrid, há cinco anos, Carreras partilhou que a decisão de deixar a capital espanhola não foi fácil e que só tinha «palavras de agradecimento» para companheiros e treinadores que contribuíram para torná-lo «melhor pessoa e futebolista». Vestir a camisola do Real Madrid foi, para Carreras, «um autêntico prazer». Despediu-se com um «até sempre» e explicou que estava a dar «um passo em frente» rumo ao sonho de tornar-se futebolista profissional ao mais alto nível. A ligação emocional, porém, manteve-se. E Carreras continuou sempre a alimentar o desejo de voltar. O lateral nunca valorizou, por exemplo, as informações, em Inglaterra, de que poderia regressar ao United. Sempre deu prioridade a eventual mudança para Espanha e, sobretudo, para o Real Madrid. As exibições na Champions League, especialmente os bons desempenhos contra o Barcelona quando teve pela frente Lamine Yamal, certificaram, para o Real Madrid, que estava pronto para os maiores palcos e maiores desafios. O gigante de Madrid, segundo os media espanhóis, quer fechar o negócio depois da final da Taça de Portugal, domingo, e antes do Mundial de Clubes nos Estados Unidos, que arranca a 14 de junho. Mas não quer pagar os €50 milhões da cláusula de rescisão, admitindo até negociar com o Manchester United em vez do Benfica. A atualidade informativa espanhola entrou, naturalmente, no Seixal, e A BOLA sabe que Carreras disse recentemente a companheiros e outros elementos da estrutura profissional que só está a pensar ficar no Benfica. «Carreras está muito bem no Benfica e aí continuará», disse a A BOLA, no início de maio, Gines Carvajal, empresário do lateral, comentando o interesse do Real.
