Cafu afasta Jesus e Ancelotti e apresenta favoritos ao Brasil

Ex-jogador pede solução imediata com um treinador brasileiro para preparar chegada ao Mundial

Capitão do penta com a seleção brasileira em 2002, Cafu é autoridade quando se trata de discutir quem deve liderar os destinos da equipa do Brasil.

A seleção está sem treinador desde o final de março, quando a confederação brasileira (CBF) optou pela saída de Dorival Júnior depois de uma goleada por 1-4 sofrida frente à Argentina, em Buenos Aires, na qualificação para o Mundial, que é já no próximo ano nos EUA, México e Canadá. 

Nomes como Carlo Ancelotti e Jorge Jesus estão na linha da frente da sucessão, com Abel Ferreira também citado. 

Mas Cafu prefere um brasileiro como solução mais imediata para levar a seleção até ao Mundial. Aliás tem dois nomes: «Estamos a correr contra o tempo. Ou Rogério Ceni ou Renato Gaúcho, para esse pouco tempo [até ao Mundial]. Um dos dois eu deixaria suprindo essa função. Eu daria essa responsabilidade a um dos dois», disse na ESPN. 

«Sabe porquê? Terminado Mundial, decide-se: 'Vou continuar com este treinador ou vou contratar outro e iniciar um projeto que vai ter começo, meio e fim'. O problema hoje dos treinadores na seleção brasileira é não ter programação, não há planeamento, não há a segurança de que eu vou começar e terminar o trabalho», sublinhou.  

«Temos de acabar com esse paradigma de que: 'treinador que começa a treinar a seleção brasileira não vai ao Mundial'. Porque se for dada essa responsabilidade a Ancelotti, Abel ou Jesus, que são treinadores competentíssimos, treinadores que ganharam tudo onde passaram..., Mais vale dar [a missão] a um treinador que já está aqui para ele implantar um esquema na seleção brasileira. Porque o que nós precisamos, sem tempo para treinar e para trabalhar, é encaixar as peças no lugar certo», explicou Cafu. 

Porque se for dada essa responsabilidade a Ancelotti, Abel ou Jesus, que são treinadores competentíssimos, treinadores que ganharam tudo onde passaram..., Mais vale dar [a missão] a um treinador que já está aqui

«Não sei se Ancelotti acorda de madrugada para ver um Flamengo-Corinthians»

Cafu foi treinado pelo italiano no Milan, mas apontou um «pormenor» que poderia atrapalhar Ancelotti, mas até se ofereceu para ajudar: «A nossa realidade é que não temos um treinador e precisamos de um treinador para a seleção brasileira. O Ancelotti poderia ser esse treinador? Poderia. Um treinador que de repente vai encaixar as peças no lugar certo. Mas ele vai encaixar as peças que ele conhece, as que estão a jogar com ele na Europa. Caso ele venha a ser o treinador da seleção brasileira, se ele precisar do Cafu, vou estar à disposição. Por exemplo, não sei se ele vê os jogos do Campeonato Brasileiro. Não sei se ele acorda de madrugada para ver, por exemplo, um Flamengo-Corinthians, um São Paulo-Palmeiras… Não sei se ele está a par do que realmente está a acontecer no futebol brasileiro. Ele conhece os que jogam na Europa, mas e os rapazes que jogam no Brasil? Os jogadores que estão aqui e se destacam?» 

O Ancelotti poderia ser esse treinador? Poderia. Um treinador que de repente vai encaixar as peças no lugar certo. Mas ele vai encaixar as peças que ele conhece, as que estão a jogar com ele na Europa. Não sei se ele acorda de madrugada para ver, por exemplo, um Flamengo-Corinthians, um São Paulo-Palmeiras…

O Brasil volta a jogar na qualificação para o Mundial nos dias 4 e 9 de junho, contra Equador e Paraguai, por isso Cafu pediu uma decisão rápida e sublinhou novamente a necessidade de um treinador que já esteja no futebol brasileiro. «O problema é definição. Temos de definir rapidamente o nosso treinador, seja ele quem for, o Ancelotti, o Abel, Jorge Jesus, Renato Gaúcho, Rogério Ceni, Filipe Luís, Roger Machado», disse, sublinhando até que, no caso do italiano, poderá só estar disponível depois de junho, após o Mundial de Clubes com o Real Madrid. «Então, vão faltar dois jogos das eliminatórias e menos de um ano para o Mundial. Se é para dar essa responsabilidade ao Ancelotti, dá a um dos nossos», finalizou. 

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