ENTREVISTA A BOLA Bruno Alves: «Acredito que o melhor futuro para a FPF é com Nuno Lobo»

NACIONAL11.02.202510:05

Bruno Alves é atualmente diretor desportivo do AEK de Atenas. Aos 43 anos o antigo internacional português está envolvido na candidatura à Federação Portuguesa de Futebol, na qualidade de candidato a vice-presidente, na lista de Nuno Lobo. Determinado e confiante, Bruno Alves explica nesta entrevista a A BOLA as razões que o levam a acreditar que dia 14 de fevereiro vai vencer as eleições da FPF.

— Aos 43 anos qual é a motivação para olhar para o futebol português com um olhar diferente? 

— Para mim foi uma surpresa quando me convidaram. Não estava à espera que se lembrassem de mim, mas sinto-me honrado por pertencer a esta candidatura. Eu faço como fiz quando era jogador: jogo por quem quer jogar comigo e por quem me valoriza. Não poderia perder esta oportunidade de voltar a Portugal, de voltar à Federação, de voltar à Seleção. De voltar a uma casa e a um lugar onde vivi imensas emoções. Uma casa que me deu muito, que me ajudou a alavancar a minha carreira de diversas maneiras. Por isso, sinto-me grato e honrado pelo meu passado, mas o sentimento agora é o de continuar a retribui,r para melhorar e evoluir. Quero passar um pouco da experiência que tenho como ex-jogador de futebol, como ex-internacional da Seleção. Ainda sou um dos mais internacionais por Portugal e fui campeão pela Seleção. Então, para mim, retribuir, melhorar e fazer mais, é, sem dúvida, um motivo de grande ambição. 

—  O ponto mais alto da carreira foi seres Campeão Europeu em 2016. Esse sentimento de gratidão com a Seleção é para toda a vida?  

— Sem dúvidas. Eu sempre fui muito bem tratado, muito bem recebido na Seleção, na Federação. Comecei na formação, nos sub-20, depois passei pelos sub-21, onde fiz dois Campeonatos de Europa, fiz os Jogos Olímpicos e depois uma caminhada de 11 anos seguidos na Seleção A, conquistando o Campeonato de Europa em 2016. Foi uma jornada incrível na minha vida. Sempre muito bem recebido, muito bem tratado. A Seleção, e a Federação, têm o poder de alavancar a carreira dos jogadores, de ajudar que a carreira seja melhor e de conseguirem melhores contratos. 

—  O que é que te motiva, neste desafio eleitoral para a FPF, e o que é que enquanto vice-presidente podes acrescentar ao futebol português?  

—  O que me motiva é o futebol. É a vontade de estar no futebol, de melhorar o futebol, de continuar a partilhar conhecimento, sabedoria e tudo aquilo que aprendi. Mas,também pela pessoa. Enquadrei-me com a filosofia de Nuno Lobo, com a visão, com o modo de pensar. Também me motivou entrar na candidatura, entrar num projeto, a pensar que posso contribuir. E hoje em dia, como dirigente de futebol, também tenho experiência e quero levar para a Seleção, e para a Federação, uma mentalidade vencedora, tornando-a mais campeã.  

 As eleições vão ter lugar no dia 14. Têm conseguido passar a mensagem aos 84 delegados da forma que querem? 

—  Tenho a certeza que sim. Temos uma equipa forte, com pessoas que fazem parte do futebol e que querem um futebol melhor. Temos credibilidade, acreditamos que podemos fazer uma Seleção, uma Federação melhor e mais forte, continuando o excelente trabalho que o presidente Fernando Gomes tem feito. Ele fez um trabalho incrível e pegando nesse legado forte queremos melhorar, tornando a Federação mais forte.  Aprendi muito no futebol com todas as experiências. Esta jornada de futebol tem sido difícil. Vim para a Grécia para fazer um trabalho como dirigente e consegui ser campeão no meu primeiro ano. Fizemos um trabalho incrível no AEK de Atenas. Eu vim do futbeol português e gostava de voltar para o futebol em Portugal. Saí de Portugal em 2010, estamos em 2025. São 15 anos de aprendizagem no estrangeiro. 

 Sentes que este é o momento ideal para voltares a Portugal, pela porta da FPF?  

— Eu tenho três anos de experiência como dirigente na Grécia. Tenho 23 anos de experiência como jogador de futebol. São três gerações de futebolistas na minha família: eu e os meus irmãos, o meu pai e o meu avô. Eu quero estar no futebol. A minha ambição é continuar a vencer no futebol e continuar a vencer na Federação. Eu gostava muito de lançar um projeto, na Federação, para os jogadores de futebol terem educação financeira e formação em comunicação. Nós vemos coisas que os jogadores de futebol passam que não deviam de passar, principalmente com as questões financeiras. Deviam terminar as carreiras bem. Na parte da comunicação, os jogadores de futebol devem sentir-se confortáveis a comunicar. Deviam querer comunicar, dar palestras, passar as experiências que têm. Acredito que isso era importante. Os jogadores de futebol são ídolos, que influenciam, e acho que era importante eles aprenderem a comunicar e a terem o dom da palavra. 

Até que ponto é que sentiste nesta candidatura do Nuno Lobo, a possibilidade de transmitir o futebol em que acreditas?  

— Desde o primeiro contacto percebi isso. É importante entender quem é a pessoa, quais são os valores, as ideias e a visão. Eu senti-me enquadrado, nos valores e no projeto. Quando nós ganharmos as eleições, ainda vamos conseguir pôr isso mais em prática.  

És orgulhosamente candidato a vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol?  

— Sou orgulhosamente candidato e vou lutar por essa vitória todos os dias, até às eleições. O voto é secreto e peço a todas as pessoas que votam, que votem em consciência, que votem pela candidatura que acham que é melhor e com a qual se identificam. Não fiquem reféns das palavras. Toda a gente pode ter a oportunidade de mudar de opinião e de tomar uma decisão diferente. Nós não temos de viver reféns de alguma coisa que se disse no passado. Nós temos a possibilidade de tomar decisões, de ver qual é o melhor futuro para a Federação e eu acredito que o melhor futuro é com o Nuno Lobo. 

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