Paulo Vinícius Coelho, jornalista dos canais Paramount, fala a A BOLA do médio colombiano do Palmeiras que está a sere negociado pelo Benfica em São Paulo
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Richard Ríos, médio do Palmeiras (Foto: IMAGO)

Benfica: pode custar Ríos de dinheiro mas joga oceanos de futebol

Richard Ríos corre e pensa rápido, segundo jornalistas brasileiros ouvidos por A BOLA. Chegou discretamente em 2023. Mas, nas mãos de Abel, tornou-se o motor do Palmeiras e valorizou 30 vezes

Em 2023, o mercado de transferências do Palmeiras ficou marcado por uma não transferência: foi o ano em que Endrick, então com 16 anos, subiu dos juniores ao plantel principal. De resto, como 2022 tinha sido um ano de forte investimento, para equilibrar o orçamento, naquele ano só a contratação de Artur, interessante ala ex-Bragantino, foi digna de chegar às manchetes. Numa nota de rodapé, entretanto, a imprensa noticiava que um jogador colombiano do Guarani, clube que acabara de ficar em 10.º lugar na Série B do Brasileirão, assinara pelo verdão. Um tal de Richard Ríos…

Não se pode criticar a avaliação da imprensa: afinal, Ríos, além de vir de uma Divisão inferior e nem sonhar sequer com a seleção da Colômbia, havia sido rejeitado por todos os clubes em que prestou provas ainda no país natal e teve apenas destaque no Campeonato Sul-Americano de Sub-20 de 2018, mas de futsal, o que levaria o Flamengo a contratá-lo para o futebol de onze e logo emprestá-lo ao Mazatlán, do México, que, por sua vez, não o quis em definitivo. A recuperar, pelo meio, de lesão grave no joelho e já sem contrato com o Fla, optou então pelo Guarani — onde o verdão o descobriu.

O médio que custou 1,3 milhões de euros, porém, começou logo em 2023 a discutir um dos lugares no meio-campo da equipa de Abel Ferreira, que se sagrou campeã brasileira, com Gabriel Menino — a outra vaga era exclusiva de Zé Rafael — e em 2024 explodiu de vez como titular palmeirense. E até da selecção colombiana, pela qual se estreou em outubro de 2023 ao entrar para o lugar de Mateus Uribe, ex-FC Porto, num 2-2 com o Uruguai. Na Copa América do ano passado foi um dos pilares do conjunto cafetero que chegou à final mas perdeu para a campeã mundial Argentina.

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Hoje, por isso, o Benfica quer contratar um titular do Palmeiras, talvez o clube dono do melhor plantel do Brasil, e da Colômbia, na qual já soma 23 partidas e dois golos. Um jogador que custa, diz o clube paulista, 30 milhões de euros, ou seja, 30 vezes mais do que quando chegou ao Allianz Parque via Brinco de Ouro da Princesa, o estádio do Guarani. Mas afinal o que tem Ríos de tão especial? Força, fôlego, visão, técnica apurada e, aos 25 anos, margem de progressão e vontade de triunfar na Europa, dizem jornalistas que seguem o Palmeiras diariamente com lupa.

«A bola parece que gruda no pé dele, acho que isso vem do futsal», diz Paulo Vinícius Coelho, jornalista dos canais Paramount. «Além disso, tem capacidade de drible genial e de carregar o jogo, às vezes falta-lhe só leitura do momento, naquelas alturas em que é hora de chutar para a lateral. Ele já perdeu bolas fáceis, como na final do último Paulistão, com o Corinthians”, adverte. Em resumo: «A habilidade dele e a visão de jogo são os pontos altos, ele quer ir para o Benfica, o Benfica quer contar com ele, falta pagar o que o Palmeiras pede por um jogador desta categoria.»

«O crescimento de Richard Ríos no Palmeiras foi exponencial e muito visível», acrescenta Eduardo Rodrigues, que cobre, para o site GE, o verdão. «Quando chegou ainda cometia muitos erros, principalmente com a bola, já que tinha uma característica muito forte do futsal, a demora para soltar a bola causou-lhe críticas da torcida em lances importantes, tanto que no começo de sua trajetória ficou marcado por algumas falhas, principalmente em clássicos», sublinha o jornalista.

Por isso, Ríos festejou um golo, sobre o Cerro Porteño, em abril, para a Libertadores, a mandar calar os adeptos e ouviu assobios de volta. Abel entendeu-o: «Quem sou eu para criticá-lo, futebol não é igreja, às vezes temos estas reações. Ele é top, um miúdo que trabalha muito, tem ótimo coração, fez as pazes com os torcedores depois, acabou aplaudido. Pediu desculpas, é uma atitude nobre. Aprendeu com o que aconteceu e tornou-se mais forte. Não sou perfeito, ele não é perfeito, ninguém é perfeito.»

Depois, diz Eduardo Rodrigues, só evoluiu. «De um ano para cá, passou por transformação tática e até certo ponto técnica e começou a ditar o meio de campo do Palmeiras e da seleção da Colômbia. Richard entendeu o seu papel na equipa e tornou-se um motor.»

«Defende e ataca na mesma proporção, notabiliza-se por achar passes difíceis e não tem medo de arriscar», completa Rodrigues.

Este ano vai em 36 jogos e quatro golos, somando Brasileirão, Paulistão, Copa do Brasil, Taça dos Libertadores da América e Mundial de Clubes.

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