O desejo da continuidade do supergoleador, mas a noção de que será difícil... Como o plantel viu o regresso de Pedro Gonçalves. E o sonho de um Uruguai-Portugal no Mundial
— Recentemente disse que Gyokeres lhe fazia lembrar Luís Suárez. É de facto um jogador especial.
— Sim, para mim não há nenhuma dúvida de que é o melhor da Liga e um dos melhores do mundo. É um animal! A forma como treina, como vive os jogos, como ele trabalha na sua cabeça o que tem de fazer… E sempre pensa em ajudar a equipa, em fazer golos, que é o que ele sabe mais.
A curiosa comparação de Maxi Araújo que se mostrou rendido ao sueco. «É uma besta, um animal competitivo», desabafou o internacional uruguaio que falou do ambiente vivido nos dérbis com o Benfica
— Gostava que ele ficasse no Sporting?
— Sim, muitíssimo!
— Mas vai ser difícil, não é?
— Acho que sim, vai ser difícil, mas se ele ficar para nós vai ser incrível. Se não ficar é desejar-lhe o melhor, porque na verdade ele fez um trabalho incrível e merece o melhor, porque também é uma grande pessoa. É desejar-lhe o melhor.
Golo ao Gil Vicente aos 90+3' não sai da memória dos leões e do ala uruguaio. As brincadeiras feitas com Eduardo Quaresma e aquele golo de uma vida ao Manchester City
— Mas a equipa sabe que ele é um jogador especial, há essa noção dentro do balneário de que ele é mesmo um jogador especial?
— Sim, sim. E acho que também as equipas que nos enfrentam sabem que se ele tiver uma ou duas chances, vai matar-te, porque é assim mesmo. Sabemos que uma bola lá para a frente pode terminar em golo!
— Quando o veem pela esquerda a dar a volta sobre o defesa e a arrancar para a baliza vocês já sabem que vai dar golo?
— Sabemos que alguma coisa vai acontecer, que algo se vai passar, porque é incrível no um contra um.
— Isso acontece com o Maxi nos treinos?
— Não, porque eu atiro-o para fora [risos]! Mas ele o que faz nos treinos leva para os jogos.
Ala esquerdo uruguaio de 29 anos abre a sua casa e o coração a A BOLA numa entrevista em que nada fica por dizer: do título ao objetivo da dobradinha e do tricampeonato. De Amorim a Rui Borges passando por João Pereira. E o amor à primeira vista pelo leão
— E é fácil servir Gyokeres...
— Sim, até comecei a trabalhar muito mais o tema dos cruzamentos, que foi uma das coisas que no início me estava custando muito. Ele às vezes até brinca comigo, que tenho de dar-lhe mais assistências.
— Acredita que esta equipa, mesmo perdendo Gyokeres, terá possibilidade de ganhar um tricampeonato?
—Sim, sem dúvida que sim! Estamos num clube como o Sporting, que quer ganhar sempre. Agora teremos uma final no domingo, queremos mais um troféu e depois, com ou sem o Viktor, vamos à conquista do tricampeonato, porque somos o Sporting, porque temos jogadores incríveis e é isso que a grandeza do clube obriga: ganhar títulos.
«Pedro Gonçalves trabalhou muito e voltou numa forma incrível»
— Primeiro ano na Europa, campeão na estreia... e próximo sonho. Estar nos eleitos para o Mundial?
— Sim... de longe que é um dos maiores sonhos da minha vida. A nível pessoal, familiar, profissional, sonhamos sempre em representar o nosso país e quando falamos de um Mundial é mesmo o topo.
— E uma final entre Portugal e Uruguai... comprava já?
— Falo muito com Trincão e Inácio sobre isso (risos). Oxalá nos possamos enfrentar nesse Mundial, seria muito bom para todos.
— Pedro Gonçalves também foi convocado para a seleção. Teve uma época com uma lesão grave mas ainda chegou a tempo de ajudar a equipa. Como é que o balneário viu o seu regresso?
— Acabei por ver essa convocatória de Portugal e senti uma enorme felicidade por ver ali o nome de Pedro Gonçalves. Todos sabemos o que ele sofreu todo este tempo com a lesão que teve. E tudo aquilo que lhe custou. Trabalhou muito e na verdade regressou numa forma incrível. Imagino a felicidade dele com esta chamada à Seleção. Merece e espero que faça um grande trabalho.
Roberto Martínez convoca 27 para a fase final da competição, na Alemanha, entre 4 e 8 de junho
— O Quenda foi chamado mas não se estreou. Como é que a equipa conforta um jovem que esteve perto de fazer história ao ser o mais novo a jogar pela Seleção e acabou por não somar minutos?
— Isso também chegou a ser falado no balneário. Estávamos todos muito expetantes para que pudesse entrar, ajudar a equipa, tudo para que essa estreia acontecesse. Mas é muito jovem e tem muito para dar ao Portugal. Tem que continuar a trabalhar para pode r voltar mas sei que ainda vai dar muitas alegrias a Portugal.