A saída de Di María, o penálti sobre Otamendi e resultado injusto (tudo o que disse Lage)
O que faltou para um resultado mais positivo?
«Faltou marcar mais um golo, em função das oportunidades que criámos. O que é mais importante realçar é o apoio fantástico dos nossos adeptos, uma atitude muito boa da nossa parte, de uma entrega total. Os nossos jogadores fizeram tudo o que lhes pedi durante os 90 minutos para vencer o jogo, por isso assumo total responsabilidade pelo empate. Fica adiada a decisão do campeonato, continuamos a ter a possibilidade de sermos campeões nacionais, mas não dependemos apenas de nós.»
Fica um gosto amargo, ou sente que o trabalho foi bem feito?
«Disse há pouco tempo, não vou ser melhor ou pior treinador em função de ganhar o título,. Assumo sempre de consciência tranquila de que fizemos sempre o nosso melhor. O que fizemos hoje, sofremos um golo e depois a equipa esteve sempre por cima do jogo, foi a melhor equipa, preparámo-nos para isso. Quando cheguei, penso que tínhamos uma desvantagem de cinco pontos, penso que estávamos em sétimo na classificação, mas disse sempre que o campeonato iria ser decidido nas últimas jornadas e ainda vamos para a última jornada com essa possibilidade. Por isso, importante é termos consciência daquilo que vamos fazendo a cada momento e na minha evolução ao logo dos anos, como treinador, sentir que os jogadores acreditam em mim, que dão tudo por aquilo que nós defendemos. Mas, também como já disse, conheço muito bem a exigência do Benfica e não vencer o campeonato não é suficiente.»
Que peso tem este dérbi na sua continuidade no Benfica? Otamendi criticou a forma como o Sporting jogou e a arbitragem, partilha dessa opinião?
«A resposta à primeira pergunta vou adiar para o final do campeonato, aí faremos o balanço que teremos que fazer, porque ainda etsá tudo em aberto. Sobre a arbitragem, posso dizer o que disse ao árbitro no final. Que ele é um árbitro muito bom. Apitou recentemente um jogo internacional, que são muito mais corridos do que foi propriamente este. E acho que, para aquela que foi a intensidade deste jogo, que nó colocámos no jogo, houve realmente muitas faltas. Há também um apontamento, na minha opinião, que é o lance do Nico [Otamendi] na área. Acredito que seja muito difícil para o árbitro analisar, mas também acredito que o árbitro que estava no VAR, o André Narciso, na dúvida tem de chamar o árbitro para ele ver as imagens e tomar uma decisão. Estarmos no final do jogo a falar dessa possibilidade e antigos árbitros a fazerem referência a esse penálti, realmente custa-nos. O VAR veio para ajudar, poderia ter sido muito interessante o árbitro, naquele momento, ir ao VAR e analisar o jogo. Gosto sempre de um jogo mais corrido, menjos partido em faltas. Esta é a minha opinião sobre a arbitragem, mas não me escondo nisso e assumo a minha responsabilidade do empate.»
Considera o resultado justo?
«Não considero. Eles marcaram o golo e depois nós estamos sempre por cima do jogo, em tudo. Tivemos uma excelente oportunidade do Pavlidis, que a bola vai ao poste... enfim, temos um conjunto de boas oportunidades e de ritmo de jogo que me levam a dizer que acho que merecíamos ter vencido o jogo.»
O título está mais longe, existe essa consciência no balneário?
«Consideramos que continuamos a ter a oportunidade de vencer o campeonato, mas sabemos que não estamos dependentes apenas de nós. Se o Sporting vencer o jogo dele é campeão, se não vencer, nós temos de vencer o nosso jogo. É simples de fazer as contas. Nós agora temos é de recuperar, levantar o moral. Repito que estou orgulhoso dos jogadores porque fizeram um jogo muito bom, um ritmo muito bom, o adversário não teve capacidade de aguentar o nosso ritmo de jogo. Temos de recuperar, olhar em frente e fazer o nosso trabalho em Braga, que é vencer o jogo.»
Tirou Di María ao intervalo, qual a razão e como reagiu o jogador?
«Tudo normal. A nossa estratégia foi a de tentar meter os jogadores de maior qualidade nas costas dos médios e de frente para os centrais. Sabíamos que os centrais adversários gostam de apertar, decidimos meter o Di María e o Akturkoglu de início, mas já tínhamos várias situações preparadas para poder alterar em função do resultado. Os jogadores que entraram fizeram o trabalho deles e depois é substituir e gerir da melhor maneira. Tentámos ter sempre gente muito aberta, sabíamos que iríamos jogar contra uma linha de cinco [defesas] e toda a gente que saiu reagiu dentro da normalidade.»
O golo sofrido cedo abalou a equipa?
«Temos sempre de preparar todos os cenários. Sabíamos que teríamos de procurar o primeiro golo, independentemente da forma como entrámos no jogo, e depois procurar o segundo. Foi essa a mensagem que passámos aos jogadores. Depois do primeiro golol, procurar o segundo. A equipa depois, ao intervalo, aumentou ainda mais os níveis de intensidade para ganhar mais os duelos individuais.»
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