Tomás Soares, o 'joker' dos sub-17: «Queremos ser campeões»

A Seleção Nacional sub-17 partiu para a Albânia na quinta-feira embalada pelo desejo de conquistar o terceiro campeonato da Europa da história lusa e repetir os desfechos de 2003 e 2016. O avançado Tomás Soares é o porta-voz da ambição dos comandados de Bino Maçães:«Toda a gente está feliz. Estamos unidos e um pouco ansiosos para começar, porque estar aqui era um objetivo de cada um.»

«Queremos dar o nosso melhor e tentar ser campeões. Mas sem nunca esquecer que tem de ser jogo a jogo, sempre. Estamos preparados para tudo» frisou o avançado de 17 anos, já com os olhos postos no duelo de segunda-feira contra a anfitriã Albânia. Após defrontar a França a 22 de maio, Portugal termina a fase de grupos três dias depois frente à congénere alemã, naquele que será o quarto desafio entre os dois conjuntos em 2025.

Questionado sobre até onde pode chegar a equipa das Quinas, Tomás Soares coloca os pés bem assentes na terra: «Sentimo-nos tranquilos por saber que o objetivo de estar no Europeu está concluído. Também estamos no Mundial, mas agora é foco no Euro. Vamos jogar o jogo e desfrutar disso. É uma experiência para a vida.»

O mesmo palco onde Tomás Soares e os 19 colegas de equipa vão estar a partir de segunda-feira foi montra para Geovany Quenda e Rodrigo Mora, que conduziram a Seleção Nacional ao segundo lugar no Euro sub-17 2024. O avançado garantiu que a campanha do ano passado não acrescenta responsabilidade e frisou a unicidade das atuais coqueluches de Sporting e FC Porto. «Temos os nossos colegas do ano passado como referência, sabemos que o que fizeram é bastante difícil. São jogadores especiais, por isso é normal que o salto tenha acontecido» frisou o avançado, confiante de que o mesmo vai acontecer ao grupo de 2025.

Tomás Soares antecipa o salto de vários colegas para equipas B na próxima época, sempre com o futebol sénior a espreitar: «Cada um vai fazer o seu caminho, não tão rápido, mas vão chegar lá quase todos.» 

A seleção Nacional chega à Albânia, após uma campanha 100% vitoriosa na fase de qualificação que apenas contou com o contributo de Tomás Soares nos primeiros dois jogos. O avançado falhou o último encontro da primeira fase e toda a ronda de elite por ter sido expulso contra a Bósnia (4-2) e posteriormente castigado com três jogos de suspensão. O jovem atleta reconhece o ato irrefletido, apenas quatro minutos depois de entrar em campo, e que frisa que o mesmo ajudou-o a crescer. 

Tomás Soares começou a dar nas vistas quando marcou 45 golos em 32 jogos pelos iniciados do Benfica na época 2022/2023. Dois anos depois, o avançado recuou no terreno e passou a atuar em terrenos intermédios que em tempos pertenceram à posição 10, cada vez mais em vias de extinção. «Gosto de jogar nas três posições, apesar de não jogar tanto a extremo. Sinto-me confortável a ponta de lança e a médio. Jogo onde o mister quiser» frisou o joker de 17 anos, que se sagrou campeão nacional de juniores dos encarnados.

Para Tomás Soares, a oportunidade de competir um escalão acima do previsto permitiu desenvolver-se enquanto jogador e definir a posição onde se sente mais confortável. «Evoluí muito mais porque dá-nos outro ritmo, outras capacidades que temos de desenvolver para podermos estar ao nível de jogadores mais velhos e isso é uma grande ajuda» frisou o avançado que somou seis golos em 23 jogos esta época.

Apesar da boa campanha rubricada pelas águias esta temporada, Tomás Soares recusa que tal tenha influência de Quinas ao peito: «Isso fica à porta, o meu foco aqui é a seleção, não preciso de outra motivação.» A grande capacidade de jogar entrelinhas e descobrir os colegas com passes em profundidade valeu-lhe comparações a João Félix.

Ainda assim, Tomás Soares defende que partilha características com Sérgio Aguero, também antigo jogador do Atlético Madrid: «Tenhoalgumas coisas parecidas com ele: golos, ser baixinho, rápido...» 

No Benfica desde 2020, Tomás Soares nasceu para o futebol no Freamunde, clube que o pai, Filipe Pastel, representou durante seis épocas e meia como jogador. Apesar de ter nascido na fase final da carreira do antigo médio, o jovem de 17 anos frisa o papel do progenitor no percurso que está a trilhar: « Ganhei paixão a ver o meu pai, ele foi e é a minha referência. Ajuda-me em quase tudo, sempre foi muito importante e agarro-me a isso.»