André Villas-Boas e Pinto da Costa no meio da festa do FC Porto após a conquista da Taça de Portugal há um ano (António Cotrim/Lusa)

Villas-Boas quer apagar Pinto da Costa da história

A polémica da Taça de Portugal entre Benfica e Sporting chegou... ao Porto

O caldo entornou (e de que maneira!) na Taça de Portugal e, ao melhor (pior?) estilo do faroeste, os protagonistas disparam em todas as direções — ao mesmo tempo que são atingidos por balas vindas de todo o lado.

Entretanto, a assistir ao western, a FPF mantém um silêncio sepulcral e não reaje à barulheira que para aqui vai.

Começou Rui Costa, líder do Benfica, atacando árbitros, Liga (por via de ameaças de saída do processo de centralização dos direitos TV), FPF (recusa de jogos da Seleção na Luz) e, ainda, delegados, Sporting, Varandas e Matheus Reis.

Seguiu-se Varandas, líder do Sporting, com alguma sobranceria de bicampeão, considerando que a reação encarnada é apenas e só «o ruído do desespero» e que, sim, os leões dominam tudo, «dominam bicampeoantos e dominam dobradinhas».

A guerra de palavras entre rivais promete durar e voltará a intensificar-se quando a Disciplina da FPF, qual montanha, parir um rato, com castigos pífios a Matheus Reis pelo pisão em Belotti e aos dirigentes, em particular os do Benfica, pelo que foi dito contra o edifício do futebol e contra árbitros.

Mas faltava algo para a coboiada ser completa: pouco, ou nada, tendo a ver com o assunto, Villas-Boas achou que sim, que tinha. E atirou contra Rui Costa e, sobretudo, Varandas: «Sobranceria e hipocrisia como nunca vi». Sim, o líder do FC Porto disse mesmo isto.

E, à luz dos incontáveis ataques cerrados que o antecessor, Pinto da Costa, fazia a árbitros e aos poderes do futebol, só pode haver duas conclusões: 1. Villas Boas quer apagar Pinto da Costa da história; 2. as caras mudaram, mas, de resto, nada mudou.