Nunca mais é dia 27!
Pinto da Costa enfrenta a forte concorrência de André Villas-Boas (foto: TODOSPELOPORTO)

OPINIÃO Nunca mais é dia 27!

OPINIÃO14.04.202409:00

Pinto da Costa queixa-se de estar a ser «difamado miseravelmente», mas será que se lembra do que disse na entrevista à SIC contra 'Luís André' e a família Pedroto?

Aproxima-se a passos largos a data das eleições do FC Porto, numa altura em que a campanha continua muito acesa, com Pinto da Costa a queixar-se de ser difamado miseravelmente por André Villas-Boas e as pessoas que compõem a sua candidatura. Honestamente, não ouvi qualquer comentário depreciativo ou insultuoso para com o atual presidente do seu adversário nas urnas, o mesmo não sucedendo ao contrário. Pinto da Costa foi demasiado deselegante na entrevista que concedeu à SIC, ao tratar o antigo treinador por Luís André e, sobretudo, ao dirigir-lhe uma frase forte que ficou na memória de todos: «Pior que ser tolinho é ser imbecil». Além disso, o homem que se propõe a encabeçar um 16.º mandato pelos dragões beliscou o seio da família de José Maria Pedroto com assuntos inoportunos e que motivaram também reação enérgica por parte do filho e da própria viúva do malogrado treinador.

Pinto da Costa nunca sentiu como agora a sua liderança em risco e decidiu avançar para o terreno para convencer parte do eleitorado ainda indeciso. Garante que não está em campanha, mas o certo é que sente que o poder absoluto que detinha no universo azul e branco já não é tão linear com isso. Estas eleições, que serão as mais concorridas de sempre, terão sempre o condão de fazer o líder azul e branco nos últimos 42 anos descer à terra e perceber que a vitória outrora garantida não é, desta feita, um dado adquirido...

Nunca, em 130 anos de vida, o universo azul e branco esteve tão dividido como agora. É uma verdade insofismável que a gestão financeira do clube tem-se degradado nos últimos anos, que os números apontam para uma falência técnica, mas Pinto da Costa decidiu reformular grande parte parte da sua equipa dos últimos anos, com Fernando Gomes e Adelino Caldeira a caírem nas opções.

É contra o marasmo instalado na instituição que André Villas-Boas aparece com uma candidatura assertiva, com gente qualificada, empenhada em dar ao FC Porto um rumo revigorado no futuro a médio longo prazo. Mas Pinto da Costa já provou no passado que é capaz de se reinventar e tem puxado nos últimos dias pelos galões com os milhares de títulos que ganhou em todas as modalidades, mormente no futebol profissional. A questão agora é perceber se a maioria dos sócios opta pela continuidade, sempre numa perspetiva de gratidão por quem colocou o clube no topo do futebol europeu e mundial, ou se prefere a mudança e escolhe um candidato com visão futurista e acompanhado por pessoas habilitadas em várias áreas.