«Triste por Ivanovic não ir para o meu Sporting! Ele vai marcar a Liga»

Quem é afinal Franjo Ivanovic e o que vai acrescentar ao Benfica? Fomos à procura de respostas para esta pergunta e chegámos até um português que conhece bem o croata que aos 21 anos chegou a Portugal, depois de o clube da Luz ter garantido o negócio por 22,8 milhões de euros.

Miguel Campos tem 28 anos, é defesa, está a jogar atualmente na Ucrânia, no PFC Oleksandria, e em 2023/2024, após se ter sagrado campeão da segunda liga da Croácia, pelo NK Rudes, estreou-se na primeira liga croata no mesmo jogo que Ivanovic.  

Miguel Campos e Ivanovic foram adversários na primeira jornada da época 2023/2024. O defesa português foi titular, Ivanovic suplente utilizado apenas aos 84 minutos. Não era a figura prinicipal do ataque da equipa do HNK Rijeka, que venceu por 4-0, com golos dois golos de Niko Jankovic, um de Toni Fruk e outro de Bruno Goda.

No segundo jogo dessa época, ambos foram suplentes utilizados e entraram a pouco mais de 20 minutos do fim. Tempo suficiente parta Ivanovic marcar um golo, já com Miguel Campos na defesa contrária, e selar a vitória em 2-1.

«Lembro-me perfeitamente do Ivanovic nessa altura. Quando o campeonato começou ele não era a principal escolha do plantel para o lugar, mas foi ganhando espaço. Nesse nosso segundo jogo como adversários acabou por entrar e marcar. Depois no terceiro jogo para o campeonato fomos os dois titulares e ele bisou. Lembro-me muito bem desse jogo. Como foi marcá-lo? Difícil. Ele era um jogador chato porque podia jogar com bola no pé ou sair rápido, o que dificulta a leitura do defesa», recorda-nos, entre sorrisos, Miguel Campos. 

A liga croata não era a melhor para o ponta de lança... croata, que nasceu para o futebol na Alemanha, nas camadas jovens do FC Augsburg. «O campeonato é muito físico de duelos e de segundas bolas. O Ivanovic gosta de jogar com bola e não era fácil para o futebol dele. Por isso não marcou muitos golos (12 em 49 jogos) mas conseguiu sobressair e mudou-se para a Bélgica», descreve o defesa português em exclusivo a A BOLA, admitindo que enquanto adversário não foi visível perceber a veia goleador do reforço das águias: «Quando foi para o Saint-Gilloise encontrou uma equipa dominante e isso ajudou o seu futebol. Surpreendeu-me os golos que marcou porque não o via como um goleador na Croácia, mas na Bélgica ele encontrou esse espaço.»

«Rápido e forte fisicamente», Ivanovic chega agora a Portugal e é grande a expectativa. O valor alto pago pelo Benfica para garantir a contratação do jovem ponta de lança croata de 21 anos aguça a curiosidades dos que esperam por o ver marcar. «Fiquei surpreendido do Ivanovic ir para Portugal? Não. Fiquei triste foi por ele não ir para o meu Sporting. Vamos precisar de um goleador e ele ía dar-nos muito jeito», atira de pronto entre gargalhadas, desvendando ser adepto dos leões. 

É o rival de Lisboa que tem Ivanovic como reforço e Miguel Campos não tem dúvidas de que o croata vai ser uma das figuras desta época: «Vai marcar o campeonato português. Ele vai ter muita competitividade no plantel, mas se lhe derem uma oportunidade ele vai agarrá-la. Pelo valor que o Benfica pagou por ele, vai ter de lhe dar essa oportunidade.» 

Com Ivanovic já a treinar às ordens de Bruno Lage e inscrito nas competições europeias, seguramente entrará nos convocados para Nice.  Miguel Campos acredita que no onze dos encarnados só há espaço para um ponta de lança: «Ou joga ele ou o Pavilidis. Não acredito se seja ele e o Pavlidis. O Lage gosta de competitividade no plantel e serão muitos jogos. Esperamos que o Benfica continue na Liga dos Campeões e por isso haverá espaço para os dois, mas um de cada vez. O Pavlidis para já parte em vantagem, mas só o tempo dirá se será assim até ao fim.» 

«O futebol dá tranquilidade à Ucrânia» 

Em Portugal nunca jogou na Liga. Miguel Campos chegou à Croácia em 2022/2023 para jogar no NK Rudes. Um amigo fez a ponte entre o Anadia e a segunda liga croata. «Fui fazer testes, gostaram de mim e fiquei. Fui jogar para a segunda divisão, fomos campeões e subimos a primeira liga da Croácia», explica-nos o defesa português que 34 jogos depois transferiu-se para a Ucrânia.  

Este domingo começa a terceira época no PFC Oleksandriya. Miguel Campos fala com A BOLA diretamente de Kiev, onde está em estágio para jogar a primeira jornada do campeonato ucraniano frente ao FK Kudrivka. «Sinto-me em segurança em Kiev por mais estranho que pareça eu dizer isto. Na cidade onde vivo, em Alexandria é tudo pacifico. Só que ouve a sirene de vez em quando, mas não há ataques em drones a destruir insfraestruturas. Aqui em Kiev durante o estágio já ouvi uma vez o alarme mas estamos perto do palácio, numa zona central, e dormi tranquilo. Não vejo nada de guerra e vejo pessoas a passearem os cães na rua. Quando fui jogar a Odessa, na época passada, aí sim vimos muita destruição», começa por contar-nos, confessando que este ano tem a companhia de outro português no plantel, Jota Pereira, que tinha algum receio nestes primeiros dias. 

Miguel Campos já está habituado e garante-nos que é feliz a jogar no futebol ucraniano, prosseguindo a descrição: «As viagens que fazemos para os jogos são de comboio ou de autocarro e têm sido, felizmente, sempre tranquilas. O futebol dá tranquilidade à Ucrânia. Os jogos têm adeptos, mas os estádios estão a uma percentagem da lotação. Mas, os maiores fãs são os militares e por isso não são muitos os que vão ao estádio.» 

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