Tavira afasta-se de casos de 'doping'

A União Ciclista Internacional (UCI) anunciou nesta terça-feira a suspensão da equipa portuguesa AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense por um período de 20 dias, entre 23 de outubro e 11 de novembro de 2024, após as suspensões provisórias dos corredores Delio Fernández, já retirado, e Venceslau Fernandes, motivadas por anomalias nos respetivos passaportes biológicos.

Nesta quarta-feira, a equipa algarvia reagiu em comunicado, demarcando-se dos processos.

«Os casos em questão dizem respeito a situações individuais de dois ex-atletas que, segundo a informação tornada pública, terão alegadamente registo de variações nos parâmetros dos passaportes biológicos destes atletas. Estes valores foram detectados ao longo de um período de tempo em que, maioritariamente, os atletas representaram outras equipas, reportando até seis anos antes das suas contratações e até nove anos antes desta notificação», refere o documento.

«A filosofia da nossa equipa é clara: tolerância zero perante o uso de substâncias ou métodos proibidos. […] Lamentamos profundamente que estas situações individuais possam manchar o trabalho de décadas de um projeto que é referência no ciclismo nacional e internacional», esclarece o comunicado.

Venceslau Fernandes, 28 anos, representou a AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense em 2023 e 2024, tendo anteriormente respresentado o Feirense (2021 e 2022) e a Oliveirense (2019 e 2020). O seu caso remonta a 7 de novembro de 2024, quando a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) notificou o ciclista por anomalias injustificadas detetadas em 2023.

Em janeiro deste ano, os ciclistas Luís Mendonça, Luís Fernandes e Venceslau Fernandes foram suspensos preventivamente devido a anomalias no passaporte biológico.

Já o espanhol Delio Fernández, que se retirou já esta época, tinha sido suspenso preventivamente pela UCI em 22 de julho, igualmente devido a irregularidades no passaporte biológico, vestiu as cores dos algarvios nas últimas quatro épocas, depois da francesa Delko Marseille, do segundo escalão do ciclismo mundial, entre 2016 e 2021.

O passaporte biológico é um mecanismo que se baseia na monitorização de determinados parâmetros biológicos, através de amostras de sangue e de urina, que, de forma indireta, podem revelar os efeitos da utilização de substâncias ou métodos proibidos.