Leões sofreram segunda derrota consecutiva (José Sena Goulão/Lusa)

Sporting em noite negra na Champions

Bicampeões nacionais pagaram caro a forma como entraram contra o Nantes e como tentaram contrariar a pressão defensiva e velocidade de contra-ataque dos franceses e sofreram segundo desaire, seguido, na Liga dos Campeões

Sem nunca ter estado em vantagem e tendo apenas conseguido uma igualdade a 1-1, o Sporting viveu uma noite para esquecer na derrota em Alvalade por 28-39 (11-23 ao intervalo) contra os franceses do Nantes em partida a contar para a 4.ª jornada do Grupo A da Liga dos Campeões.

Desfecho que provocou a segunda derrota dos leões depois de, na jornada anterior, terem saído da Dinamarca batidos pelo Aalborg por 35-30.

Na véspera, na antevisão ao embate, Ricardo Costa avisou que era importante não sofrer 32 ou 33 contra um adversário que considera ser dos melhores do mundo a defender, pois «sofrendo mais do que isso dificilmente conseguiremos ganhar».

O que o técnico dos bicampeões nacionais não contava era uma noite negra da sua equipa, que entrou mal e algo apática, sobretudo na recuperação defensiva, e que chegasse ao intervalo já a perder por 12 (11-23).

Os erros técnicos pagavam-se caro e quando os vice-campeões de França chegaram aos 3-10, já haviam aproveitado dois parciais de 3-0 (1-4, 3-10), com três golos obtidos em contra-ataque. Mas foi um parcial de 0-5 em que os verdes e brancos estiveram 4.39m sem marcar, que começou a tornar a recuperação praticamente impossível.

Na ida ao balneários o Nantes apresentava uma eficiência no ataque de 74%, conseguindo 23 pontos em 29 ataques. Muitos decorridos dos 8 erros técnicos dos leões, que detinham um aproveitamento de 28% na finalização.

Por incrível que pareça, ou talvez não face à atuação dos dois conjuntos, o Sporting nunca conseguiu marcar dois golos sem resposta no 1.º tempo. A para piorar as coisas desperdiçara todas as hipóteses de livres de 7m. O gauleses não falharam as duas de que dispuseram.

A 2.ª parte não começou da melhor forma, já que os donos da casa voltaram a permitir um parcial de 0-3 (11-26) com que se atingiu a maior desvantagem no placard. Mas, foi também o momento em que o conjunto da capital conseguiu reagir e passar a jogar quase de igual para igual contra um adversário quem na época passada, lhe ganhara por duas vezes na luta dos quartos de final pela passagem à Final Four da Champions (27-28, 30-32).

Salvador Salvador (4) e Mamadou Gassama (2) conseguiram os dois primeiros golos seguidos da equipa e o Nantes passou a sentir dificuldade que não havia conhecido até então e por isso o treinador foi pedido um time out.

As linhas de passe as finalizações começaram a aparecer, os erros que havia permitido que o adversário marcasse tantas vezes em transição diminui e com Martim Costa, sem dúvida o mais eficaz dos de Alvalade a marcar cinco dos seu dez golos num parcial de 8-3 (23-32), o Sporting reduziu pela primeira vez a diferença abaixo da dezena desde o 9-18.

Com 15m ainda para se gastar no cronómetro, mesmo num dia mau, a esperança cresceu na equipa e alastrou às bancadas, mas, depois de três finalizações desperdiçadas, o Nantes, onde há a destacar Ayoub Abdi (11), Noam Leopold (7), Théo Demonuge (5) e Ian Tarrafeta (4), matou a ambição leonina com um parcial de 0-3 (24-37) em que aproveitou mais um livre de 7m (4/4) e os anfitriões desperdiçaram outro (4/0).