«Ronaldo comeu dezenas de chocolates, bolos e doces, e nessa noite bisou!»
Fabio Galante, antigo bicampeão europeu de sub-21 com a seleção italiana e vencedor da Taça UEFA com o Inter, partilhou episódios inéditos das suas duas décadas nos relvados. Na entrevista à La Gazzetta dello Sport, o italiano revelou alguns dos momentos especiais dos seus 20 anos no Empoli, Génova, Inter, Torino e Livorno, e recordou as suas interações com figuras emblemáticas da Serie A e não só, colegas e treinadores.
O ex-futebolista, agora com 51 anos, ficou chocado ao ver o menu do brasileiro Ronaldo, com quem foi colega no Inter entre 1997 e 1999. «É-me difícil recordar todos os bons avançados que defrontei. Mencionaria Batistuta, Shevchenko, Del Piero, Totti, Mancini, Vialli, Vieri, Inzaghi, Montella, Di Natale, Toni, Gilardino, Lucarelli... Pippo era absolutamente incrível. Não era ele que procurava a bola, mas sim o contrário», começou por dizer ao jornal italiano.
«Foram três anos bonitos, tínhamos uma grande equipa e um treinador único, Gigi Simoni. Em 1998, em Paris, ganhámos a Taça UEFA, o primeiro troféu da era Moratti. Tive o privilégio de jogar com o melhor de todos, O Fenómeno! Em Moscovo, contra o Spartak, marcou um golo a dançar no gelo, inventou-o do nada. E eu disse-lhe: 'a nossa tática funciona, não é, Ronie?' Ele era guloso em tudo, comida e vida», contou.
«Uma vez fui visitá-lo a Madrid, quando ele jogava no Real, e na mesa de cabeceira tinha dezenas de chocolates, bolos e doces. Eu disse-lhe: 'Ronie, mas tens de jogar esta noite...' E ele, com a boca cheia, respondeu-me: 'Sim...'. Nessa noite marcou dois golos!», atirou, de bom humor.
«'Que te importa um 5 quando tens todas as mulheres que queres'»
Fabio queixou-se ainda de que o facto de ser um homem atraente o prejudicou na carreira: «Sim, era bonito, saía com raparigas do showbiz na altura. Mas ao domingo, assim que cometia um erro, saía o veneno: quem sabe onde esteve o Galante ontem à noite? É difícil livrar-se de rótulos, sempre os ignorei, mas certos comentários magoaram-me.»
«Havia até inveja. Uma vez liguei a um jornalista que me tinha dado nota 5 na crónica. Pedi-lhe para me explicar a nota e ele respondeu-me: 'Que te importa um 5 quando tens todas as mulheres que queres?'. Fiquei chocado, mas que maneira é essa de te comparares a ti próprio?".
«Se Deus me visse um dia triste, dar-me-ia com um pau na cabeça e diria: que mais queres da vida? Estou com a Francesca há dez anos, uma mulher maravilhosa. Gostamos de viajar, até demos a volta ao mundo, do Japão à Califórnia. Esperamos aumentar a nossa família em breve», finalizou Fabio Galante.