Roderick Miranda, o capitão do Melbourne Victory
Roderick Miranda, o capitão do Melbourne Victory

Roderick Miranda: «As pessoas estão relaxadas, não há stress com o quotidiano»

Central português tece muitos elogios à vida na Austrália. Destino Aventura é a rubrica em que A BOLA dá a conhecer jogadores e treinadores espalhados pelos cantos mais remotos do mundo

A viver há mais de quatro anos na Austrália, Roderick Miranda, defesa-central do Melbourne Victory, afirma, em entrevista a A BOLA, que a vida é «muito boa». O capitão da equipa de Melbourne explica que a vida é tranquila no hemisfério sul, que está «longe de todos os problemas», e garante que os animais perigosos só estão... longe dos centros das cidades.

— Quando se ouve falar da Austrália, muitas pessoas ligam falam logo de aranhas, cobras, crocodilos… já teve algum caso com algum animal perigoso?

— Tudo isso, mas… Quando se sai da cidade, da metrópole, é que se pode encontrar esses animais, em sítios mais isolados ou mais desertos é que pode encontrar qualquer tipo desses animais. Como vivo perto do estádio, no meio da cidade, não há nenhum tipo de problema, mas já fomos passear em parques e há muitos sinais a dizer «cuidado com as cobras», «cuidado com as aranhas». É preciso ter um pouco de cuidado, mas, ao fim e ao cabo, uma pessoa não pensa muito nisso estando cá.

— Como é que é a vida na Austrália?

É muito relaxada, é easygoing, como eles dizem, Todos os dias começam com muita calma, O dia começa muito cedo, às 5, 6 da manhã já estão acordados para tomar café, dar uma corridinha, ir ao ginásio, fazer as rotinas matinais. Depois deixam os meninos na escola, vão trabalhar. O almoço é sempre quase enrolar um wrap, ir para o parque para comer com os colegas de trabalho, depois voltar para o trabalho. Acaba o trabalho, vão buscar os meninos à escola, vão beber uma cerveja, vão jantar cedo. É uma vida muito ao ar livre, em que não há muito stress. Não há muito stress também com todos os problemas que estão a acontecer no Mundo, como a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, o conflito entre Israel e Palestina. Aqui estamos tão afastados de tudo, parece que os problemas mundiais nunca cá chegam. As pessoas estão sempre relaxadas, ninguém está stressado com o quotidiano. A vida é muito boa aqui.

— Assumo que seja muito diferente de viver na Turquia, por exemplo…

— Sim, bastante diferente. Não vou dizer que são mais agitados, mas os turcos têm, por exemplo, como os gregos, um sangue mais quente, e nós também, os portugueses também são assim um pouco. Na Europa, as pessoas têm vidas muito ocupadas. Começa desde muito cedo e vai até muito tarde, parece que não há tempo para nada. Depois há as famílias, as crianças, as pessoas têm dois ou três trabalhos. Aqui, e acho que é uma coisa boa, isso não acontece, e é o que dá também às pessoas um ar muito mais relaxado, para aproveitar a vida.