O dia em que Lapa travou Eusébio

Pantera Negra chegou empatado à Tapadinha na luta pela Bota de Ouro e ficou em branco perante guarda-redes mítico do Atlético

Toda a gente tem o jogo da sua vidas na memória e Rui Gomes não foge à regra. É um Atlético-Benfica de 1972/73. «Tinha onze anos e vim ver o jogo com a Tapadinha à pinha. Essa época não estava a correr bem mas começámos a recuperar após uma vitória perante o União de Tomar. O Benfica chegou aqui só com um empate 2-2 nas Antas perante o FC Porto e com um golo do portista Flávio já mesmo ao fim e não tinha ficado em branco uma única vez. E o Eusébio chegou aqui empatado com o alemão Gerd Muller na luta pela Bota de Ouro de melhor marcador europeu e o Muller tinha dado uma entrevista a dizer que era muito mais fácil marcar em Portugal do que na Alemanha. Era grande momento do Eusébio para disparar nesta contabilidade, Só que encontrou pela frente o Lapa, um guarda-redes mítico que era danado. E naquele dia ele estava mentalmente muito forte, é verdade, mas o Benfica trazia tudo: Toni, Artur Jorge, Vítor Batista, Eusébio, Simões, Humberto Coelho, um central que acabou a jogar a avançado de centro. Na parte final fizeram um pressing enorme e sofri imenso. Quando terminou o jogo, o Atlético tinha acabado de fazer algo extraordinário, impensável, mas foi justo. O problema foi que na última jornada precisávamos de um empate e perdemos na CUF, por 1-2, com um golo do Capitão-Mor… Ainda hoje me dói», lamenta.

A página de A BOLA que relata um empate épico