Martim Mayer, candidato à presidência do Benfica — Foto: A BOLA
Martim Mayer, candidato à presidência do Benfica — Foto: A BOLA

Mayer toma posição sobre centralização: «Prejuízo do Benfica será gigantesco»

Candidato à presidência do Benfica lamenta a «passividade» da direção liderada por Rui Costa

Martim Mayer posicionou-se, nesta quarta-feira, sobre a centralização dos direitos televisivos, num comunicado publicado no site da candidatura à presidência do Benfica.

O líder da lista «Benfica no sangue» lamenta a «passividade» da atual direção do Benfica sobre o tema, que teme venha a provocar «um prejuízo gigantesco» ao clube.

Martim Mayer propõe que seja seguido o exemplo do que sucedeu em Espanha e França, com a entrada de um investidor institucional. Na opinião do empresário, o futebol português pode perder a oportunidade, apontando para uma solução que vai fazer «17 clubes a hipotecar o futuro do futebol português em troca de um encaixe financeiro que será feito à conta de um só clube: o Benfica».

O comunicado termina com uma certeza: «Neste processo de centralização dos direitos televisivos, não há meio termo: ou paga o investidor estratégico ou paga o Benfica.»

Leia o comunicado de Martim Borges Coutinho Mayer na íntegra:
A decisão sobre a centralização dos direitos televisivos só faz sentido se o objetivo final for a valorização do Produto Futebol Português. A Liga centralização pretende negociar os direitos televisivos sem investimento e tornando-se instantaneamente num especialista na matéria. Como se isso fosse possível! Se assim for, o resultado só pode ser mau e esta oportunidade para o futebol português sairá fracassada. Pior, teremos 17 clubes a hipotecar o futuro do futebol português em troca de um encaixe financeiro que será feito à conta de um só clube: O Benfica. E isso é inadmissível. Se olharmos para o exemplo da Liga espanhola e da Liga francesa, verificamos que em ambos os casos houve a entrada de um investidor institucional que garantiu capacidade de investimento para melhorar o produto televisivo e também o posicionamento estratégico de quem já está bem implementado nos canais de venda do produto. Um especialista na área e não alguém sem qualquer experiência ou implementação no negócio. A Liga centralização já recebeu propostas semelhantes de várias instituições estratégicas no setor, para fazerem o que é também inevitável para a Liga Portugal: investir 400 milhões de euros direcionados para a melhoria da infraestrutura dos Estádios de todos os clubes da Liga para uma melhoria drástica do produto televisivo e, simultaneamente, colocar o produto futebol português no Mundo através dos mesmos canais com que têm divulgado as ligas anteriormente referidas. Neste caso, acontece o incontornável investimento necessário e garante-se o posicionamento do produto através da entrada de um parceiro estratégico, mas misteriosamente a Liga Centralização insiste em ignorar esta via. Porque será? É para mim inaceitável deixar que este processo progrida, e se a atual direção do Benfica se mantiver com este grau de passividade, o prejuízo para o clube será gigantesco. O Benfica tem a obrigação de denunciar esta situação e de o fazer sem reservas. Não pode continuar a deixar que o processo avance sem a sua decisiva participação. Pelo contrário, tem de garantir que a via escolhida é a certa para o futebol português e é a certa para o Benfica: defender de imediato a entrada do parceiro estratégico e marcar o ritmo do processo de negociação e concretização da operação. Ou será que 40% das receitas do clube não têm suficiente peso eleitoral para que se preste ao tema a devida atenção? Não basta apontar o dedo ao que está a ser mal feito porque isso não resolve o problema. É preciso indicar a solução. Esta é a solução que proponho e apelo a todos os Sócios para que juntos façamos a pressão necessária para garantir a defesa dos interesses do Benfica. É que neste processo de centralização dos direitos televisivos, não há meio termo: ou paga o investidor estratégico ou paga o Benfica.