Jogo da época e o favoritismo que não existe no clássico: tudo o que disse Anselmi
-Qual a importância do jogo com lotação esgotada e o primeiro encontro com o Benfica?
-Escolhi ser treinador para viver momentos como este e estou ansioso por estar junto das nossas gentes, na nossa casa, disputando um jogo da importância deste. Obviamente que conhecemos o rival que vamos enfrentar, preparámos o jogo muito bem, muito focados no trabalho, e prevemos um jogo com muitos duelos, como costumam ser os clássicos.
- Há favorito num jogo desta dimensão?
- São jogos especiais, à parte. É indiferente a maneira como as equipas chegam, a posição na tabela. Isso não interessa nestes jogos à parte. É indiferente a maneira como as equipas chegam, a posição na tabela. Isso não interessa nestes jogos. Não há favoritos, cada um chega no momento em que chega. À medida que as equipas vão crescendo, a margem para melhorar torna-se mais curta e eu acredito que ainda temos muito por onde melhorar, muitos detalhes e coisas específicas no ataque ou na defesa. Os jogadores têm vontade de melhorar e de competir e esta foi uma semana de trabalho maravilhosa. Toda a gente desfrutou, treinou ao máximo, competiu, procurou ser melhor e vejo o grupo num momento impressionante, um grupo valente e cheio de vontade de competir. Isso deixa-me cheio de orgulho e de vontade de os empurrar rumo aos objetivos. Isso é impagável.
Pensar nos pontos, fazer contas, tira-nos o foco do que realmente temos de fazer, do plano de jogo
-Este clássico poderá ser uma das últimas oportunidades para o FC Porto ainda sonhar com a Champions. Isso pressiona os jogadores, a equipa?
- Olham sempre para a tabela... E já sabem como nós funcionamos, como funciono. Pensar nos pontos, fazer contas, tira-nos o foco do que realmente temos de fazer, do plano de jogo. Quanto melhor desempenharmos o plano de jogo, mais próximos estamos de vencer. Claro que, se vencermos, encurtarmos distâncias. Mas o objetivo não é esse. É como vamos defender, atacar, pressionar, defender a bola parada, atacar a bola parada. E é isso que temos de fazer, dar o máximo como sempre. É isso que nos vai fazer encurtar distância.
-O Presidente declarou que este é o jogo da época. Também acha que é?
- No FC Porto, o jogo mais importante é sempre o jogo da época. E este é especial. Somos uns privilegiados por representarmos o FC Porto, por amanhã podermos defender estas cores num jogo desta importância. No final das contas, o Benfica não pode perder a liderança no Dragão. E nós sabemos a importância disto e temos de ir em busca dos três pontos.
Como olha para este jogo e que análise faz do momento do Benfica?
- Desde o momento em que escolhemos esta carreira de treinador que sonhamos jogar jogos como este. Sem dúvida que me deixa muito expectante estar com os nossos adeptos em casa e jogar um encontro desta importância. Depois, claro que sabemos quem vamos enfrentar. Preparámos muito bem o jogo, com o foco na nossa tarefa e no nosso trabalho. Vai ser um jogo de muitos duelos, como sempre são estes jogos.
- Deverá repetir o onze. Isso é sinal de que encontrou o seu núcleo-duro? Há uma espécie de 'cavalo de Troia' preparado para o Benfica, para atacar alguma fraqueza do adversário, como aconteceu com o Estoril?
- Tem a ver com questões táticas. Cada rival joga de maneira diferente e ataca de forma diferente, os jogadores são diferentes e têm perfis são diferentes. Não é igual pressionar uma defesa onde os dois centrais são esquerdinos e outra onde um é destro e outro é canhoto. Isso determina as formas de pressionar e a partir daí, temos diferentes saltos. Quem inicia a pressão e quem ajusta. Contra o Estoril, fomos a alterando isso. Primeiro foi o Samu, depois o Rodrigo Mora, voltámos ao Samu, começámos com dois avançados, e depois com três... E depois terminámos com o Gul, o jogo muda e a forma de atacar do adversário também muda e temos de ajustar. O adversário também faz alterações. Nesse sentido, na essência, o que fazemos é sempre o mesmo. Tentamos recuperar a bola para a termos na nossa posse, porque gostamos de ter bola. Agora, como a vamos recuperar? Olhamos para o adversário e decidimos.