'Herdeiros' de Davids e Seedorf já sonham com o Mundial

Com um golo nos instantes finais da visita a El Salvador, a seleção de Suriname alcançou o topo do seu grupo nas Eliminatórias da CONCACAF e mantém vivo o sonho de disputar o primeiro Campeonato do Mundo, em 2026. O feito transformou a equipa orientada pelo antigo guarda-redes neerlandês Stanley Menzo numa das grandes revelações do futebol centro-americano.

Apesar da localização geográfica — o país faz fronteira com Brasil e Venezuela e está ao nível da Colômbia no mapa sul-americano —, Suriname disputa as eliminatórias da CONCACAF por uma questão de competitividade. Nesse cenário, e com um rendimento em ascensão, a equipa conseguiu o apuramento para a terceira fase, onde continua a surpreender.

A vitória por 2-1 frente a El Salvador permitiu à equipa assumir a liderança do Grupo A, que conta ainda com Panamá e Guatemala. Em duas jornadas já soma quatro pontos. Antes disso, tinha garantido a presença na fase final ao vencer o Grupo F da segunda ronda, com três vitórias e um empate. Com quatro partidas por disputar, as perspetivas são animadoras: enfrentarão a Guatemala duas vezes, receberão novamente El Salvador e irão visitar o Panamá.

O crescimento da seleção assenta em dois fatores decisivos: o trabalho consistente de Stanley Menzo, treinador desde o início de 2024, e a experiência internacional dos jogadores que atuam na Europa. Entre os nomes mais destacados estão Sheraldo Becker (Osasuna), Gyrano Kerk (Antuérpia), Immanuel Pherai (Hamburgo) e Ridgeciano Haps (Veneza).

A ligação entre Suriname e o futebol europeu não é nova. Antiga colónia dos Países Baixos até 1975, o país foi berço de alguns dos maiores talentos que brilharam na Europa. Edgar Davids e Clarence Seedorf, ambos nascidos em Paramaribo, são os maiores exemplos. Além deles, várias estrelas do futebol mundial descendem de famílias surinamesas, como Virgil van Dijk, do Liverpool, e Ruud Gullit, histórico capitão dos Países Baixos.

Será que teremos o exotismo do Suriname no Campeonato do Mundo do próximo ano?