Guarda-redes que ganhou a Champions no Liverpool admite problema: «Era viciado em analgésicos»
Contratado ao Coventry em 2001 por €8M, Chris Kirkland foi jogador do Liverpool durante algumas temporadas, até sair em definitivo para o Wigan, em 2006. Nos reds nunca teve papel de grande destaque (45 jogos) mas no currículo ficou a Liga dos Campeões ganha em 2005, na mítica final diante do Milan (de 0-3 para 3-3 e vitória nos penáltis), em Istambul.
Numa grande entrevista ao jornal irlandês I, o antigo guardião inglês revelou ter vencido uma dura batalha contra um vício em analgésicos. Tudo começou em 2012, quando jogava no Sheffield Wednesday. Nesse ano, Kirkland começara a medicar-se para combater uma lesão antiga nas costas e o contrato com o Sheffield tinha uma cláusula de rescisão caso falhasse três jogos seguidos devido a esse problema físico.
«Dois dias antes de poder estrear-me senti essa lesão, mas pensei ‘tenho de jogar’. Peguei em alguns comprimidos, tomei e o vício apanhou-me rápido. Foi num instante, é uma ladeira muito escorregadia», contou, admitindo que tomava 2500 mg da medicação quando a dose recomendada previa apenas 400. Em 2016 ficou ‘limpo’, mas teve recaídas mais tarde, na altura da pandemia.
«Pensei que iria correr bem, já o tinha feito antes, mas foi terrível. Não desejo aqueles sete, oito dias que passei a ninguém. Tive alucinações, suores, constipação, cãibras, vómito, dores no corpo todo. Não dormi uma semana. A minha mulher dormia noutro quarto e vinha ver se eu ainda estava vivo», disse, garantindo ainda que, agora, o problema está definitivamente superado.
Depois de ter trabalhado com a equipa feminina do Liverpool, Kirkland é, hoje em dia, o treinador de guarda-redes do modesto Colne FC, dos escalões amadores do futebol inglês.