Estrela Al Attiyah impede festa caseira no arranque do Rally Raid Portugal
O Rally Raid Portugal arrancou com um prólogo cheio de emoção, festa e algumas surpresas. Nasser Al Attiyah foi o mais rápido, mas Gonçalo Guerreiro roubou atenções ao igualar o tempo do tricampeão mundial – e com um carro de uma categoria inferior!
O centro de Grândola transformou-se numa verdadeira pista de espetáculo, com milhares de fãs a vibrarem com a passagem dos 111 pilotos – 61 carros e 50 motos – que deram espetáculo nos cinco quilómetros do percurso. E se alguns nomes grandes dominaram, os portugueses mostraram que também sabem acelerar.
O prólogo foi rápido, intenso, quase como um mini-rali sprint, e trouxe boas surpresas para os da casa. Gonçalo Guerreiro brilhou com o seu Taurus Evo Max, conquistando o melhor tempo da categoria Challenger e igualando o registo de Al Attiyah. Já Alexandre Pinto, ao volante do Polaris RZR, foi sétimo da geral e destacou-se entre os SSV, mantendo-se bem posicionado para a luta pelo título mundial.
A luta pelo topo foi renhida: os cinco primeiros ficaram separados por apenas três segundos! Isto promete um rali disputado ao segundo, com os pilotos a traçarem estratégias agressivas já para as próximas etapas.
Tal como em 2024, Nasser Al Attiyah (Dacia Sandrider) venceu o prólogo, com 5.02,9 minutos. «É sempre bom começar a ganhar, mas não foi fácil. Fizemos bons testes e a estratégia vai ser fundamental para vencer esta prova», disse o piloto do Qatar. A surpresa maior? O português Gonçalo Guerreiro, que fez exatamente o mesmo tempo com um carro Challenger. Logo atrás, Mattias Ekströn (Can-Am XRS) ficou a apenas 1 segundo, seguido por Lucas Moraes e João Ferreira (ambos em Toyota Hilux T1+ Evo), a 3 segundos.
Entre os nomes sonantes, Sébastien Loeb (Dacia Sandrider) terminou em oitavo, a 7 segundos, e explicou: «Foi complicado por causa da poeira. Houve zonas em que mal se via e tive de abrandar». Yazeed Al Rajhi, vencedor do Dakar 2025, ficou em 17.º, a 16 segundos. Carlos Sainz teve azar: problemas elétricos obrigaram-no a parar, terminando em 61.º, a 1m28 do líder.
Nas motos, o ritmo também foi alucinante. Os dez primeiros ficaram separados por apenas 15 segundos! Daniel Sanders (KTM 450 Rally) foi o mais rápido, com 4.47 minutos, e deixou claro ao que veio: «Não cometi erros e consegui um bom ritmo. Estou satisfeito e em boa posição para a partida».
A revelação foi Edgar Canet (KTM 450 Rally), que ficou a apenas 2 segundos do líder com uma moto da categoria Rally2 – batendo várias RallyGP! «Foi divertido, parecia uma prova de motocross. Foi um ótimo começo», disse o jovem espanhol.
Martim Ventura (Honda CRF 450 Rally) foi o melhor português nas motos, terminando em 19.º, a 22 segundos do topo. «Foi difícil porque saí muito atrás e os trilhos estavam confusos. Mas correr em casa, na equipa oficial da Honda… é a realização de um sonho», confessou.