Emoções fortes na semana de nomeações aos eleitos Wembley
Com mais ou menos calafrios, as equipas já apuradas para os quartos de final da Liga dos Campeões não surpreendem: Manchester City, Bayern Munich, PSG e Real Madrid já só esperam pelo sorteio. Falta descobrir quem se junta no caminho até Wembley. É aqui que começa a diversão. Para os verdadeiros fanáticos um jogo começa com a expectativa pelo que há-de vir, com burburinho que se vai criando, nos múltiplos possíveis desfechos. Se como eu são adeptos das possibilidades, agarrem as pipocas, vem cinema e do bom!
Na luta pelo Óscar quem sairá vencedor? O argumento tático de Sérgio Conceição? Ou o drama de vingança do Arsenal? Na primeira mão cumpriu-se a tradição: Arsenal não ganha no Dragão! Um jogo desenhado a regra e esquadro por Sérgio Conceição, coroado com um golo de Galeno nos últimos minutos de compensação impingiu uma derrota ao clube inglês. Há mais de dez anos que os Gunners não conseguem chegar aos quartos de final, mas a história não permite sequer ilusões, a realidade atual mostra-nos um Arsenal exímio na Premier League. A sua força ofensiva já deu ares de graça no Dragão e a jogar em casa, a equipa de Mikel Arteta promete não dar descanso, nem espaço, à única equipa portuguesa em prova.
A sessão de terça-feira ainda proporciona a segunda mão do dérbi Maradona: Barcelona – Nápoles. Espera-se que este seja um daqueles casos em que a sequela é melhor do que o primeiro filme, já que o jogo da primeira mão ficou muito aquém das expectativas, com nenhuma produção a seduzir especialmente espectadores e críticos especializados. O Nápoles estreou treinador na prova e o Barcelona fez história com Yamal. O extremo foi titular, estreou-se na fase a eliminar da prova com apenas 16 anos e tornou-se o mais jovem de sempre a fazê-lo na Liga dos Campeões, foi também dos pés dele que nasceu o primeiro remate da partida. Já do lado dos italianos foi preciso esperar até à segunda parte. O jogo acabou empatado a uma bola. Agora espera-se que o fator tudo ou nada sirva para condimentar o segundo encontro.
Mamma mia! Não, não é uma alusão ao musical. É a expressão italiana mais apropriada para o jogo da primeira mão entre Inter e Atlético. Do lado do Atlético fica a lição: Simeone, não se separa assim uma dupla que canta a mesma canção. Morata entrou tarde para o dueto com Griezmann e o Inter foi quase sempre a equipa mais perigosa. Qual gps de última geração, a equipa italiana descobriu sempre novos caminhos para chegar à área adversária e garantiu a vantagem mínima para a segunda mão. Como num filme as personagens ficam reféns do argumento. O Atlético joga em casa, precisa de correr atrás do resultado, mas sabe que se der um passo em falso, pode sofrer um golpe letal dos italianos.
Com três jogos lançados e com maioria de equipas da Europa latina é preciso pôr algum gelo no coração. Equilibrar as emoções. Nada melhor que um PSV – Dortmund. O jogo da primeira mão ficou empatado a um golo e cumpriu o que prometeu. Começou com ritmo alto, muitas aproximações à área, mas... poucas à baliza. Agora o protagonista dos Países Baixos terá de enfrentar o protagonista alemão motivado por um maravilhoso muro amarelo de adeptos. O histórico de encontros entre as duas equipas é também de equilíbrio, o que pode fazer com que os atores do jogo entrem cautelosos, a medir cada passo. Eu preferia que o fator eliminação resultasse num filme de jogo de ação com cenas dinâmicas e muita coisa a acontecer num curto espaço de tempo. Veremos qual o género adotado.
Só quatro equipas podem continuar a alimentar o sonho. Quem seguirá em frente? Que elenco sofrerá a maior frustração? E quem conseguirá a proeza de ser eleito o melhor da jornada? Se querem saber, não percam os próximos jogos, porque eu... também não!