Caos em Luanda: vandalismo e pilhagens provocam quatro mortos

De acordo com as autoridades angolas, episódios de violência geraram centenas de detidos

O início da semana em Luanda ficou marcado por uma onda de vandalismo, na sequência de manifestações contra o aumento do preço dos combustíveis. O primeiro dia de greve dos taxistas na capital angolana precipitou o caos, que levou ao corte de estradas, viaturas em chamas e apedrejamento de estabelecimentos comerciais.

De acordo com Mateus Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional Angolana, cerca de 500 pessoas foram detidas durante os protestos, que provocaram danos em 45 lojas, 25 viaturas privadas e 20 transportes públicos. A mesma fonte avançou que quatro pessoas morreram durante o estado de sítio, mas garantiu que os dados podem sofrer alterações.

Mateus Rodrigues garante que esta terça-feira a capital angolana regressou à normalidade, mas admite ainda «alguns focos de desordem». Ainda assim, de acordo com a imprensa local, a grande maioria dos estabelecimentos comerciais e empresas permaneceram fechadas ou em regime de teletrabalho. As marcas do caos de segunda-feira permanecem bem visíveis nas ruas de Luanda.

Em comunicado, o Ministério da Defesa angolano apelida os episódios de vandalismo de «atos premeditados de sabotagem e intimidação» e garante que a missão das forças de segurança é «identificar, responsabilizar e levar à justiça os mandantes e executores».

Apesar dos taxistas angolanos terem inicialmente marcado uma paralisação pacífica de três dias, a Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) anunciou que a greve foi cancelada. Em comunicado, a ANATA demarcou-se dos episódios de violência, defendendo que foram efetuados por «oportunistas».

Nos início do mês, os preços do gasóleo e das tarifas dos táxis subiram exponencialmente e espoletaram a indignação da população angolana.