Benfica perde na Sérvia e despede-se da Liga dos Campeões - Foto: FIBA

Benfica acorda do sonho e tem Champions por um fio

Tetracampeões nacionais foram derrotados na Sérvia, pelo Spartak Subatica, por 99-69, e têm ainda mais difícil a passagem a segunda fase da Liga dos Campeões

Norberto Alves disse que a vitória da sua equipa na Sérvia, frente ao Spartak Office Shoes, o único resultado que permitiria ao Benfica avivar a ténue pretensão de se qualificar para a segunda fase da Liga dos Campeões, seria a realização de um sonho. Mas, acrescentou o treinador, como refere o jargão, o sonho comanda a vida, era como esse objetivo, bem vincado, as águias defrontariam o adversário de Subotica, segundo classificado no agrupamento da fase regular, claramente favorito no duelo.

O sonho de Norberto Alves, que seria certamente o dos seus jogadores, não se tornou realidade – esteve mesmo muito longe se vislumbrar possível de concretizar. Os sérvios, a atuarem perante um público entusiasta, confirmaram a superioridade que demonstraram no jogo da primeira volta, no pavilhão da Luz, e que o técnico benfiquista acreditava poder contrariar. O equilíbrio que se verificou, apenas e só, no período inicial da partida, quando o tetracampeão português foi resistindo e mantendo a proximidade no marcador, acabou por ser precário e começou a desmoronar-se no segundo quarto, ainda que os dez pontos de diferença entre as equipas com que se atingiu o intervalo não eram decisivos.

A dezena de vantagem do Spartak poderia não ser desde logo determinante para o desfecho da partida, mas a tendência com que se concluíram os primeiros 20 minutos prognosticava-o, e o que veio a seguir rapidamente o confirmou. Os sérvios foram impondo-se nas tabelas e com superior eficácia no lançamento, aprofundando o fosso à medida que o tempo passava, perante o Benfica que lutava, com as armas que dispõe, para tentar reduzi-lo.

Aos 5 minutos do terceiro período, os encarnados ainda se mantinham vivos – com os mesmos 10 pontos de atraso (53-43) -, após um triplo de Geno Crandall, mas 2.25 minutos volvidos já estavam a 15 do adversário (60-45), após terem acumulado erros não forçados. Esta fase de abaixamento das águias perdurou até ao final do quarto, quando o marcador refletia-a duramente (73-49), após desnivelado parcial de 30-16. De resto, um triplo no último segundo foi espécie de golpe de misericórdia nas ambições do Benfica.

Por isso, os derradeiros dez minutos foram pouco menos do que um tempo penoso para os encarnados, que nem por isso abdicaram de lutar, e com isso impedindo que o resultado atingisse expressão mais esmagadora do que 30 pontos à maior para os sérvios, que ficaram à beira da centena (99-69).

O norte-americano Geno Crandall confirmou o estatuto de bom reforço da equipa benfiquista esta temporada e manteve o nível dos desempenhos que tem registado na época, com 18 pontos - melhor marcador das águias -, quatro ressaltos e cinco assistências.

Mas não chegou, e o Benfica deixa de depender de si próprio para atingir o play-in, cujo acesso é reservado aos segundos e terceiros de cada grupo, e necessita de vencer os espanhóis do Gran Canaria na última jornada e esperar que os franceses do Le Mans percam com o Spartak, para aceder ao mata-mata na terceira posição.