Andebol: FC Porto faz o campeão europeu tremer, mas perde
Não se pode dizer com segurança se o gigante teve medo, mas que tremeu diante do Dragão é inegável. O FC Porto impôs muito respeitinho ao Magdeburgo, atual campeão europeu, e não seria um escândalo se tivesse regressado da Alemanha com pontos na bagagem. Faltou apenas ser mais incisivo em momentos chave.
Mas a imagem que a equipa de Carlos Resende deixou na 5.ª jornada da Liga dos Campeões deixa claro que o FC Porto pode jogar olhos nos olhos com qualquer adversário. Perdeu, é certo. Mas o 37-33 é enganador.
Basta dizer que a pouco mais de três minutos do fim, a desvantagem do conjunto luso era de apenas um golo (33-32). E nessa altura, na cabeça do treinador e dos jogadores do colosso alemão devem ter passado imagens daquela final da Liga Europeia perdida há dois anos em Lisboa frente a outra equipa portuguesa.
E é curioso que tenha sido um dos principais rostos desse inesperado desaire quem surgiu nos minutos finais a indicar o caminho da vitória alemã: Sergey Hernández. O guarda-redes espanhol contratado esta época ao Benfica fez duas defesas decisivas nos últimos dois minutos - acabou o jogo com 12 - e impediu que a reação portista surtisse efeito.
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Quem tenha visto apenas os primeiros 10 minutos da partida, dificilmente apontaria para o equilíbrio que depois se verificou. O FC Porto entrou bem, mas uma distração de três minutos foi castigada pelo pelos alemães com um parcial de 5-0 que lhe deu uma vantagem de 7-2 aos oito minutos.
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Resende reagiu rápido e com um desconto de tempo acertou a estratégia defensiva, transmitiu serenidade ao ataque e o resultado viu-se em campo, com os dragões a encostarem aos 22m (13-13), numa reação que fez com que ao intervalo o equilíbrio fosse claro, ainda que a vantagem fosse da equipa da casa (16-15).
Uma entrada muito forte do FC Porto na segunda parte permitiu-lhe passar para a frente do marcador pela primeira vez logo a abrir e manter-se na frente até perto do minuto 40.
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Mas depois voltou a adormecer. E do outro lado estava um adversário com demasiado talento para distrações como as que penalizaram os azuis e brancos com quatro golos sofridos em dois minutos que fizeram os dragões entrar nos últimos 10 minutos a perder por 30-26. A partir daí, foi sempre a correr atrás.
O acerto de Laeso permitiu chegar ao 33-32, mas o FC Porto jogava em risco total, com 7x6 e ataques demasiado rápidos para criar superioridade no momento do remate.
Era o risco que havia a correr para ser feliz. Os campeões nacionais assumiram-no e não surtiu efeito. Porque do outro lado estavam alguns dos melhores jogadores do mundo com as costas bem protegidas por Sergey Hernández. O resultado deixa o FC Porto no sexto lugar do grupo, com as possibilidades de seguir em frente na prova intactas. Até pela forma como se exibiu diante do gigante.
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