Estêvão, 17 anos, o novo craque do Palmeiras de Abel Ferreira (Foto Imago)

Abel usa Ronaldo para defender jovem vendido ao Chelsea: «O que vende é sangue»

Estêvão disse que estava a pensar em Inglaterra e foi criticado; Abel pede equipa «acordada» frente ao Botafogo

Abel Ferreira fez antevisão ao jogo do Palmeiras com o Botafogo, nos oitavos de final do Mundial de Clubes, este sábado, e disse que espera uma equipa «bem acordada». 

«Esperamos um jogo difícil, equilibrados desde 2020. Já ganhámos, já perdemos, empatamos, já estivemos em eliminatórias. Única coincidência sou eu e alguns jogadores aqui, o Botafogo foi mudando treinadores», começou por referir. 

«Nem sempre estamos no melhor, mas há sangue e suor. Quando não há inspiração, tem de haver transpiração, por isso a torcida fala em equipa da virada e do amor. Teremos de estar com olhos bem abertos, acordados para chegar no fim do jogo e estar na próxima fase. A motivação não muda seja qual for o adversário, não admito isso», prosseguiu, recordando alguns momentos da fase de grupos. 

«Primeiros jogos muito nervosos, uma segunda parte contra o FC Porto fomos largamente melhor e não conseguimos traduzir em golos, mas não desistimos de tentar a vitória. Contra o Al Ahly algo mais equilibrado e contra o Miami foram duas histórias diferentes», avaliou. 

Abel fez a defesa do jovem Estêvão, já contratado pelo Chelsea, e que confesso há dias já estar a pensar em Inglaterra ao fazer os últimos jogos com o Palmeiras, e por isso foi criticado por eventual falta de concentração. Para o treinador, a honestidade do jovem de 17 anos saiu-lhe caro frente a uma imprensa que não perdoa. 

«Se todos nós fizéssemos um esforço para um bocadinho de empatia, para estar no lugar dele. Tem 18 anos, a idade da minha filha, que também vai sair de casa. O Palmeiras tem uma coisa que ajuda e protege. Ao contrário de muitos clubes, o Palmeiras cuida de seus jogadores e é por isso que os moleques vingam e temos tantas vendas aqui», sublinhou.  

«É diferente jogar na equipa B e na principal. Mas não há nenhum jogador no mundo que jogue sempre bem. Não vi o Messi no PSG jogar sempre bem e foi bem criticado; vejo o Cristiano Ronaldo, vi o que os portugueses lhe fizeram há um ano [na Seleção] 'ah já está velho, ah acabou ciclo...' mas a responsabilidade é vossa [dos jornalistas]. Vocês são todos perfeitos? Os únicos imperfeitos são treinadores e jogadores», notou.

«Lembram-se o que aconteceu com Endrick? Vocês ajudaram-no muito, até pediram para ele ir para a equipa B. Mas o Palmeiras protege e ajuda a crescer. O Estêvão é tão puro e ingénuo que falou da ansiedade. É normal», avaliou. «Ele disse o que sentia, porque é normal, e uma boa parte trucidou-o. É isso que vocês fazem nos jogadores aqui. Façam um resumo de jogadores top e ouçam o que dizem os jogadores sobre jogar aqui. É isso que vende, o sangue... É o que vende. Vocês ganham dinheiro de uma forma e nós de outra...» 

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