A luz que vem de Bruxelas

A apresentação do Sport Transparency Index, em Bruxelas, pela Sport Integrity Global Alliance (SIGA) representa um passo significativo para o futuro do desporto europeu. Liderado por Emanuel Macedo de Medeiros, este projeto nasce de uma matriz académica, validado por especialistas independentes, e propõe medir, com rigor e isenção, um dos ativos mais intangíveis e, simultaneamente, mais valiosos do setor: a transparência.

Trata-se de um instrumento externo e objetivo, com uma ambição clara — não apenas avaliar, mas promover a melhoria contínua das organizações desportivas. A sua relevância é inegável: quantificar o abstrato é dar substância à confiança, condição essencial para atrair investimento sério e qualificado num setor cada vez mais exposto ao escrutínio público e regulatório.

A transparência não deve ser encarada como um mero imperativo ético. É, cada vez mais, um fator competitivo, um sinal de maturidade institucional e um pilar de sustentabilidade a longo prazo. É por isso que este índice pode (e deve) ser entendido como uma ferramenta transformadora: pela forma como incentiva boas práticas, cria referências comuns e projeta confiança nos mercados.

Num momento em que Portugal se prepara para avançar na centralização dos direitos audiovisuais, importa olhar com atenção para modelos de avaliação que não se limitem ao critério financeiro. A criação de índices independentes de impacto social, por exemplo, inspirados neste tipo de abordagem, pode tornar-se essencial para garantir uma distribuição mais justa, meritocrática e alinhada com os valores que o futebol deve representar.

Agradeço à SIGA e aos parceiros envolvidos pela visão demonstrada. Que este projeto sirva de inspiração para um desporto mais transparente, moderno e comprometido com a integridade. É por esse caminho que continuaremos a trabalhar. Com exigência, responsabilidade e sentido de missão.