O polémico castigo de Piastri: «Não posso falar para não arranjar problemas...»

Inconformado e desiludido, Oscar Piastri evitou falar sobre a penalização que sofreu durante o Grande Prémio da Grã-Bretanha e que muito provavelmente lhe custou a vitória na 12.ª corrida do Mundial.

A FIA considerou que Piastri travou de forma errática na reta antes da curva 15, quando as luzes do safety car se apagaram, pois os comissários analisaram o sistema e alegam que travou bruscamente, reduzindo a velocidade de 218 km/h para 52 km/h (59.2 psi). Segundo eles, por causa disso Max Verstappen foi forçado a «tomar uma atitude evasiva para evitar uma colisão».

Nas primeiras declarações, o australiano, que liderava a corrida quando cumpriu os 10 segundos de penalização que permitiram ao seu companheiro de equipa, Lando Norris, passar para a frente e acabar por vencer, mostrou-se abatido e comedido no discurso.  «Não vou falar muito sobre isso, senão vou arranjar problemas... Parabéns ao Nico [Hulkenberg, que aos 38 anos chegou ao pódio pela primeira vez]. Acho que esse é o ponto alto do dia. Vou viver com isso», respondeu secamente. «Aparentemente, não é possível travar atrás do safety car», acrescentou pressionado. «Fiz isso cinco voltas antes... mas não vou falar muito porque vou arranjar problemas. Obrigado ao público pelo ótimo evento. Obrigado por aguentar o tempo mau. Ainda gosto de Silverstone, mesmo que não goste hoje. Obrigado a todos por terem vindo», rematou.

Mais tarde, voltou a falar e quando lhe foi perguntado se iria apresentar a sua versão aos comissários, respondeu: «Não posso preocupar-me com isso. Não adianta, não posso mudar nada. Fiz o que fiz na primeira vez que recomeçámos. Ainda estou surpreendido. A equipa fez um ótimo trabalho e tínhamos um ótimo carro. Do meu lado da garagem, fizemos tudo o que precisávamos», acrescentou. «Bom, foi bom para os pontos da classificação da equipa», atirou.

Sobre a punição e as regras, o australiano acrescentou: «Eu realmente não compreendo, preciso de olhar para trás e ver, mas sinto que não fiz nada errado», insistiu. 

O diretor da McLaren, Zak Brown, também falou e considerou que a pena foi muito dura, até porque do seu ponto de vista houve vários fatores que fizeram o momento parecer pior do que realmente foi na televisão. 

«O safety car foi chamado um bocado tarde. O líder controla. Acho que o Max acelerou, o Oscar travou, o que fez parecer pior do que era. A telemetria não parecia a mesma da televisão», explicou Brown. «"Sempre que se trata destas penalizações, há um elemento de subjetividade. Quando eles travam a fundo, a pressão é de 130 e 140 psi, tentam aquecer os pneus, está molhado, a decisão é tardia, é tudo muito apertado», explicou depois de todos terem recordado quando George Russell manteve a vitória no Grande Prémio do Canadá depois da Red Bull apresentar duas reclamações a dizer que o britânico estava a pilotar de forma irregular atrás do safety car e travou muito depressa. 

Brown até perguntou a Jenson Button, ex-piloto agora comentador, o que ele pensava. «O maior problema foi que, quando o safety car apagou as luzes, o Oscar tinha acabado de começar a acelerar. De 96 km/h para 209 km/h num piscar de olhos. E nesse momento ele pensou: 'Tenho de reduzir a velocidade, há um safety car à minha frente'», considerou o britânico.

Agora, depois deste resultado, apenas oito pontos separam os dois pilotos da McLaren, Oscar Piastri (234) e Lando Norris (226), pelo menos até ao regresso do Mundial. Max Verstappen é o terceiro com 165 e ainda não desisitu desta discussão que tem novo capítulo agendado para dia 27 de julho, em Spa-Francorchamps, no Grande Prémio da Bélgica.

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