Hamilton: «Foi um ano muito emotivo, não tenho estado no meu melhor»
Piloto comenta saída da Mercedes antes do último Grande Prémio da época
Fim de semana de emoções fortes para Lewis Hamilton, que vai deixar a Mercedes, e realizar este fim de semana a última corrida pela equipa no GP de Abu Dhabi, o último da temporada.
Sete vezes campeão do mundo, o britânico vai mudar-se para a Ferrari, algo que já se sabia há meses, algo que por um lado acabou por dificultar o processo.
«Estou muito calmo neste momento. Sinto-me positivo e entusiasmado por dar tudo por tudo neste fim de semana. Cada momento, ao longo do ano, tem sido o último… É difícil descrever a sensação. Não é o melhor, claro, mas acho que, acima de tudo, estou muito orgulhoso do que alcançámos. E tenho muito orgulho nesta equipa», começou por dizer.
Questionado sobre qual vai ser a memória permanente, não hesitou. «Acho que são os sorrisos, quando temos sucesso. Acho que são esses momentos. Lembro-me de um engenheiro em particular, por exemplo, da nossa primeira vitória na Austrália em 2014, e lembro-me de ele estar a chorar quando estávamos no pódio. São esses momentos que levo comigo. São as emoções que tivemos em Silverstone este ano. Estou orgulhoso, mas também muito grato a todos os indivíduos, tanto os que estão aqui na pista, como os que estão na fábrica, que trabalharam incansavelmente e me apoiaram durante todos estes anos, desde o primeiro dia», disse, comparando com quando deixou a McLaren em 2012:
«Não foi tão doloroso e difícil como este ano tem sido em termos de emoções. E acho que, por ter sido no final do ano, foi muito mais rápido. Este é muito mais emotivo porque estou na equipa há tanto tempo e passámos por tanta coisa juntos», sublinhou.
«Previ que seria difícil, mas subestimei imenso o quão difícil seria. E a relação foi muito desgastante desde o início, demorou algum tempo até as pessoas ultrapassarem isso. E depois, só para mim, foi um ano muito emotivo para mim. E acho que não tenho estado no meu melhor para lidar com essas emoções. Penso que este ano, e muitos de vós têm estado aqui durante toda a minha carreira, já viram o pior de mim e o melhor», disse sobre o facto de se saber da saída há muito tempo.
Hamilton foi desafiado pelos números de Michael Schumacher, mas colocou logo distâncias: «Não estou a tentar comparar-me com o Michael. De momento, não é algo em que esteja a pensar. Obviamente, estou a tentar pensar em garantir que termino da forma correta e da melhor maneira possível com a Mercedes. Estes próximos dias vão ser muito emotivos. É tudo uma grande incógnita para o que está para vir. Obviamente, a emoção é enorme.»