)
O segredo de Alcaraz tem três palavras: «Começam todas com c...»
Foram 5h29 de pura magia aquelas que se viveram no domingo em Roland Garros durante a final masculina do segundo Grand Slam da temporada. No final, Carlitos Alcaraz bateu Jannik Sinner e conquistou o seu quinto Major, mas muito mais do que o apetecido troféu parisiense, o espanhol de 22 anos ofereceu ao Mundo uma das melhores partidas da história do ténis e, sobretudo, uma lição de resiliência e impressionante capacidade de responder à adversidade.
Carlos Alcaraz reflects on his amazing match and what it means to win a second trophy here after Nadal's ceremony in an exclusive interview 🎙️#RolandGarros pic.twitter.com/by3pIXxtAO
— Roland-Garros (@rolandgarros) June 9, 2025
«Nem sabia o que tinha de fazer para ganhar. Acho que joguei com três C: cabeça, coração e c##3@@@. Sabem o que significa não [órgãos genitais masculinos]. Tenho a certeza que o meu avô está orgulhoso! Era importante pensar ponto a ponto, de forma positiva, tentar superar todos os problemas que estava a viver em court... Foi muito difícil, estou muito orgulhoso de ter conseguido», explicou o tenista que começou a jogar ténis com quatro anos, mantendo viva a herança familiar do pai, Carlos Alcaraz González, ex-tenista, e dono de uma academia de ténis na terra natal, El Palmar, pequena localidade na região de Múrcia.
Things we love to see 🥹🧡#RolandGarros pic.twitter.com/56H3ObvUCM
— Roland-Garros (@rolandgarros) June 9, 2025
«Foi incrível. É difícil explicar com palavras. Estar aqui contra o número 1 do Mundo, a perder por 0-2...O coração falou. Tentei continuar e jogar o meu melhor ténis no terceiro set. E no quarto. E no quinto. A chave era não me render. Continuar a lutar, ponto a ponto. Acho que fiz bem», disse depois de acabar deitado no pó de tijolo do court principal em Roland Garros. Exausto física e emocionalmente mas seguro de que continua a escrever novas páginas na história do ténis mundial após vencer o encontro por 4/6, 6/7(4), 6/4, 7/6(3) e 7/6(2).
El día menos pensado...
— #MMOPEN (@MutuaMadridOpen) May 6, 2022
Unos años después Carlos Alcaraz acabó ganando a su ídolo.
@alcarazcarlos03 | @ATPTour_ES | #MMOPEN pic.twitter.com/P8JF7akaMo
E, o miúdo de Murcia a quem todos tratam carinhosamente por Carlitos acabou de fazer 22 anos e jogar a mais longa final do Major francês - o recorde anterior era 4 horas e 42 minutos, estabelecido em 1982, por Mats Wilander e Guillermo Vilas.
Esta foi também a segunda final de Grand Slam mais longa da história - superada apenas no Open da Austrália, em 2012.
As comparações com Rafael Nadal são inevitáveis, mas Alcaraz não se incomoda nada, é o seu ídolo de menino. Para todos é o herdeiro de Rafa, que venceu 14 dos seus 22 Grand Slams em Roland Garros, e se estreou quando Alcaraz tinha dois anos, em 2005! Antes da edição deste ano, foi homenageado e uma placa com a sua pegada foi colocado no principal palco, o court Philippe-Chatrier, para sempre.
😓 La desilusión de Carlos Alcaraz por la derrota de España en la Nations League
— El Partidazo de COPE (@partidazocope) June 8, 2025
❌ ¿Tanda de penaltis?
📹 @agarciamuniz
📻 #PartidazoCOPE pic.twitter.com/jPjhEmk2pH
«Não olhei para a placa, mas lembrei-me das históricas reviravoltas de Rafa. Pensei nele sim. Acho que foi uma final espetacular, mas não a melhor... Continua a ser a de Wimbledon 2008 [que Nadal ganhou a Roger Federer em cinco sets]».
La selección de fútbol de España está mirando la definición de #RolandGarros entre 🇪🇸 Alcaraz y 🇮🇹 Sinner antes de disputar la final de la Nations League.
— ESPN Tenis (@ESPNtenis) June 8, 2025
Increíble postal. pic.twitter.com/B6l9Qf1hfE
Aos 22 anos, Carlos Alcaraz tem o Mundo a seus pés e não apenas o do ténis. Antes da final da Liga das Nações que Espanha perdeu com Portugal, os jogadores seguiam atentamente o duelo com Sinner e o tenista espanhol mostrou a sua frustração após a derrota dos compatriotas. Estrelas de Hollywood, da Fórmula 1, da NBA inundaram as redes sociais rendidas ao fenómeno Alcaraz que, confessou após o jogo: «Não vos vou mentir, hoje vou celebrar muito!»
E não só merece como pode, dado que com o triunfo juntou mais de 2,5 milhões de euros ao seu pé de meia que, aos 22 anos, já tem mais de 40 milhões de euros. A isto, acresce o dinheiro que recebe de contratos de patrocínio com Nike, Louis Vuitton, Calvin Klein, Rolex… Apesar disso, continua a viver em casa dos pais, onde guarda os seus troféus dos 20 torneios que já venceu, desde que, em 2020, em plena pandemia, se estreou a vencer pela primeira vez como profissional no Open do Rio de Janeiro.
Rafael Nadal was 22 years, 1 month, and 3 days old when he won his fifth Grand Slam.
— ً (@nadalprop_) June 8, 2025
Carlos Alcaraz is 22 years, 1 month, and 3 days old today.
And he just won his fifth Grand Slam.
Tennis heritage. pic.twitter.com/wQmBzoKOTd
No domingo, Paris ganhou a uma partida inesquecível e, para muitos, impossível, mas impediu o número dois do Mundo salvou três match-points consecutivos, quando o italiano que ainda lidera o ranking ATP vencia por 5-3 no quarto set. Alcaraz protagonizou uma das mais memoráveis reviravoltas para conquistar o seu quinto troféu de Grand Slam com 22 anos, 1 mês e três dias, numa coincidência inacreditável com Nadal que venceu pela quinta vez um Major com 22 anos, 1 mês e...três dias! Nada mais, nada menos, do que a história vitória em Wimbledon, em 2008.
We've seen this before 🪞
— Wimbledon (@Wimbledon) June 9, 2025
Carlos Alcaraz wins his fifth Grand Slam title at the exact same age that Rafael Nadal reached the same feat at Wimbledon 2008 pic.twitter.com/2iuEdejGDw