Judo Ucrânia boicota Mundial em protesto contra atletas russos e bielorussos

A Federação Ucraniana de Judo vai boicotar o Mundial deste ano, devido à recente decisão da federação internacional da modalidade de autorizar o regresso de atletas russos e bielorussos à competição. O organismo ucraniano relembrou num comunicado oficial, que «mais de 250 atletas ucranianos morreram a defender o seu país, entre os quais vários judocas» e alegou que não encontra «neutralidade e igualdade de tratamento» nesta resolução.

«Consideramos que esta decisão [da Federação Internacional de Judo (IJF)] contraria as mais recentes recomendações do Comité Olímpico Internacional (COI), segundo as quais o estatuto de atleta neutro só pode ser concedido a quem não intervenha no conflito», defendeu o organismo ucraniano.

A federação com sede em Kiev já tem vindo a boicotar várias competições ao longo do último ano, afirmando que «a maioria da equipa russa é composta por judocas que estão a combater na guerra como soldados da Federação Russa», na sequência da invasão da Ucrânia que teve início no ano passado, com apoio da Bielorrússia. A IFJ baniu judocas daqueles países até janeiro deste ano.

O organismo internacional de judo divulgou no passado sábado que os atletas banidos poderiam regressar às competições como neutros, a tempo de participar no Campeonato Mundial a decorrer em Doha, Catar, em maio deste ano.

A IFJ defende uma participação justa e igualdade de oportunidades para todos os que perseguem o sonho olímpico, com base nas diretrizes do Comité Olímpico. A organização garantiu na resolução que foram feitas «verificações por uma empresa independente» ao passado de todos os atletas qualificados para participar no Mundial, incluindo redes sociais, e que só aqueles que forem confirmados poderão participar no evento.

Até hoje, o judo tinha sido das poucas modalidades olímpicas a não seguir instantaneamente as recomendações do COI em 2022, relativamente à invasão da Ucrânia, deixando os atletas russos e bielorussos participar sob bandeira neutra.

O ténis foi umas das modalidades que adotou esta resolução, mas muitas outras mantêm a suspensão, tais como o basquetebol, atletismo, badminton, equestre, escalada e surf.