Sporting-Benfica: a quarta desempata

Só o leões dependem de si na luta pelo título, mas as equipas sabem que o vencedor desta noite ficará mais próximo de pintar a Praça Marquês de Pombal em maio

O Sporting recebe o rival Benfica esta noite, às 20.30 horas, para a 28.ª jornada da Liga. É o segundo dérbi da semana e, se tiver tanta qualidade quanto o que se jogou para a Taça, os verdadeiros vencedores serão os adeptos de futebol na sua essência e função, o espetáculo. Ainda assim, os rivais de Lisboa sabem que é um encontro decisivo para as pretensões de levantar o troféu de campeão nacional em maio.

Será a 322.ª vez que os gigantes lisboetas se defrontarão, com vantagem para as águias, que levam 139 vitórias; os leões venceram em 113 ocasiões, registando-se 69 empates entre ambos.

No que diz respeito à época, regista-se um empate e uma vitória para cada lado, sendo que os leões podem sorrir apesar da estatística dividida, uma vez que seguem na liderança da Liga e ficaram com o bilhete para o Jamor.

Artur Soares Dias é o escolhido para apitar o encontro, e vai ter como árbitros assistentes Paulo Soares e Pedro Ribeiro, com Nuno Almeida a quarto árbitro. Luís Godinho e Rui Teixeira completam a equipa de arbitragem, com as funções de VAR/AVAR.

Sporting

Ainda que tenham sido surpreendidos com a intensidade e pressão do Benfica no último jogo, os leões vão pisar o relvado de Alvalade como claros favoritos. Não será descabido afirmar que a equipa de Rúben Amorim pratica o melhor futebol em Portugal: está em primeiro lugar na Liga com menos um jogo, é o primeiro finalista da Taça de Portugal e é a equipa com mais golos, 121 em todas as competições.

Sabendo que no futebol tudo muda muito rápido e que não dá para fazer futurologia, uma vitória praticamente catapulta os verdes e brancos diretamente para o Marquês de Pombal: terão quatro pontos de vantagem para o segundo classificado e um jogo a menos. Com a boa forma que têm evidenciado — apenas duas derrotas em 2024, contra SC Braga e Atalanta —, apenas uma hecatombe de proporções bíblicas afastaria Rúben Amorim do olimpo leonino.

Pedro Gonçalves está de volta à convocatória, e haverá alguma curiosidade para perceber se o avançado de 25 anos entrará diretamente no onze, ou se começará o encontro no banco. Rúben Amorim também deverá promover alterações na defesa, colocando St. Juste: o central foi fundamental na segunda mão da meia-final contra o Benfica, entrando ao intervalo e oferecendo solidez defensiva à equipa, muito por causa da sua velocidade.

Rúben Amorim terá de ter cuidado com as escolhas para a equipa, uma vez que Hjulmand, Esgaio, Pedro Gonçalves, Neto, Nuno Santos, Diomande e Edwards estão em risco de exclusão — se forem admoestados com o amarelo, não vão a jogo contra o Gil Vicente na 29.ª jornada.

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Onze provável: Franco Israel; St. Juste, Coates, Gonçalo Inácio; Geny Catamo, Morita, Hjulmand, Matheus Reis; Francisco Trincão, Gyokeres, Paulinho.

Lesionados: Adán.

A figura: Gyokeres. Aparece mesmo sem marcar, como se viu no último dérbi. Embora tenha atirado ao poste e tenha estado até algo apagado na primeira parte, surgiu em força no segundo tempo, assistindo para o golo de Hjulmand e participando no golo de Paulinho. Tal é a sua influência que parece cada vez mais difícil acreditar que continuará de leão ao peito na próxima temporada.

O que disse Rúben Amorim, treinador do Sporting: «Não vai haver grandes surpresas, a equipa que estiver mais organizada, agressiva e mais concentrada terá alguma vantagem no jogo. Estudámos aquilo que temos de melhorar, usámos muitas imagens do último jogo. Preparámos tudo muito bem e agora estamos prontos para um jogo que é muito importante para o campeonato.»

Benfica

As águias podem ousar sonhar sair de Alvalade com a vitória e consequente liderança da Liga, depois de terem voado bem alto na última terça-feira. É certo que o jogo acabou empatado e o Benfica eliminado, mas os encarnados deram ares da equipa avassaladora que conquistou os adeptos na época passada, adeptos esses que esperam voltar a ver a mesma garra, querer e ambição quando os jogadores entrarem no recinto leonino.

Roger Schmidt sabe, no entanto, que vão enfrentar uma equipa muito bem oleada e trabalhada, pelo que tudo o que não seja uma exibição de alto nível deixará o Benfica demasiado dependente dos rasgos individuais — como, aliás, tem sido o tónico ao longo da época. A derrota em Alvalade significa o adeus não assumido ao bicampeoanto, e, como tal, este pode bem ser o jogo mais importante da temporada dos encarnados.

Tendo em conta a exibição de encher o olho que as águias lograram na segunda mão da meia-final, é esperado que Schmidt mantenha a aposta no mesmo onze, havendo apenas alguma dúvida sobre quem começará a ponta de lança. Tengstedt deu bastante mobilidade ao ataque encarnado, tendo ainda cumprido nas funções defensivas e na pressão alta, mas vacilou em frente à baliza, pelo que uma alteração na ponta da espada não seria surpreendente.

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Onze provável: Trubin; Alexander Bah, António Silva, Otamendi, Aursnes; João Neves, Florentino; Di María, Rafa, Neres; Tengstedt.

Lesionados: Bernat.

A figura: Di María. Mesmo sem golos ou assistências a registar, voltou a ser o jogador mais perigoso do Benfica no último encontro, com a sua capacidade de ultrapassar adversários em drible ou com um passe de rutura. Roger Schmidt admitiu, na antevisão, que gostaria de contar com ele na próxima época, mas o futuro do argentino continua incerto.

O que disse Roger Schmidt, treinador do Benfica: «Foi um jogo de grande nível na terça-feira para a Taça e este também será, desta vez no estádio deles e para a Liga. Vai ser um ambiente diferente, mas as equipas mostraram que estão em grandes condições e é uma fase decisiva da época. Fizemos uma boa exibição, estamos em boa forma mentalmente, fisicamente e taticamente, fizemos muitas coisas bem, mas vai ser um jogo diferente. Começamos do zero, mas estamos prontos e sabemos que temos de fazer um jogo de topo para levar os três pontos. Queremos mostrá-lo no relvado e ganhar o jogo.»