O trio fantástico que elevou o jogo do FC Porto
Regressos de Fábio Vieira, Rodrigo Mora e Pepê mostraram a melhor versão do dragão na era Martín Anselmi. Há muito trabalho pela frente, mas a equipa criou muito perigo e rematou bastante
Mantendo-se fiel às suas convicções, ideias e princípios, Martín Anselmi não mudou o seu modelo de jogo que preconiza diante do Aves SAD, mas adicionou-lhe condimentos necessários para que a equipa fosse mais rica em ideias e para isso muito contribuíram as entradas no onze de Fábio Vieira, Rodrigo Mora e Pepê, o primeiro após cumprir castigo e os outros depois de debelaram roturas musculares.
Este acrescento de magia ao futebol do azuis e brancos foi preponderante para a exibição mais segura na era do novo treinador, com uma primeira parte de grande qualidade, com sucessivas oportunidades de golo e futebol mais consentâneo com os pergaminhos do FC Porto no campeonato. Não foi tudo perfeito, sem dúvida, aliás como reconheceu o próprio Martín Anselmi no final da partidas com os avenses, mas foi uma boa resposta dada após a paupérrima exibição protagonizada pelos dragões em Braga.
Se a recuperação da ideia de Eustáquio como líbero foi uma aposta ganha, a verdade é que com tanto incremento de magia ao jogo dos portistas a música da orquestra tinha necessariamente de sair mais afinada, com o talento de Fábio Vieira, Rodrigo Mora e também Pepê a fazerem com que a melodia fosse ouvida e aplaudida nas bancadas de um Dragão ainda muito dividido.
Fábio Vieira está a mostrar a sua melhor versão desde que voltou à casa-mãe na condição de emprestado pelo Arsenal (sem opção de compra), mas os números não mentem. Nos últimos três jogos marcou ao V. Guimarães, Arouca e Roma — uma sequência que nunca tinha alcançado antes na carreira — e também fez assistências para golos de Francisco Moura no Estádio do Algarve frente ao Farense e a Samu, no Estádio Olímpico, diante da Roma.
Se com Vítor Bruno as coisas não estavam a sair de feição, já com Martín Anselmi o esquerdino parece reabilitado, a explanar o perfume do seu futebol, com golos e assistências à mistura, jogando de frente para a baliza contrário, no corredor central, onde é o seu habitat natural, e não a sair de uma ala para dentro, como tantas vezes foi testado.
Rodrigo Mora, por seu lado, também recuperou em tempo recorde de uma rotura muscular e foi a grande novidade frente ao Aves SAD. Abriu o ativo, mas teve ainda influência no segundo golo, ao gizar o lance que Francisco Moura colocou a bola redondinha no pé esquerdo de Fábio Vieira, que bateu o mexicano Ochoa. Pepê também acrescentou muito em dinâmicas ofensivas, aparecendo com muita liberdade no último terço do terreno. A exibição do Aves SAD requer consistência e evolução para o que resta da presente temporada...