«O boss disse-me no play-off do Championship que em 5 anos estaríamos na Champions»
Ahmed Elmohamady (à direita)

Reportagem A BOLA «O boss disse-me no play-off do Championship que em 5 anos estaríamos na Champions»

INTERNACIONAL17.09.202411:00

Antigo lateral-direito Ahmed Elmohamady revela conversa com o atual dono do Aston Villa

Atualmente com 37 anos, o antigo lateral-direito Ahmed Elmohamady abandonou a carreira em 2021 para se tornar embaixador do Aston Villa. Também ele vê uma grande evolução no emblema de Birmingham, o que o deixa com um certo sabor amargo quanto ao momento da retirada.

«Cheguei ao clube em 2017, ainda no Championship, uma altura difícil para o clube e para os adeptos, porque o Aston Villa está sempre na Premier League, sempre a jogar ao mais alto nível. No entanto, conseguimos regressar em 2019. O jogo contra o Derby em Wembley, no play-off, foi muito importante para nós e um grande alívio para todos os adeptos. Lembro-me de ver o boss, o senhor Nassef Sawiris [o dono, também egípcio], depois do jogo e de ele me ter dito que, daí por cinco anos, o Villa iria jogar na Liga dos Campeões. E aqui estamos nós. Se acreditei na altura? Sim, porque o conheço há muito tempo. Ele sempre foi um homem de sucesso. Por isso, é claro que acreditei nele. Agora estamos na Liga dos Campeões, um grande passo para o clube e para todos, também para os adeptos. Estamos ansiosos pelo jogo com o Bayern no Villa Park. Vai ser muito importante para o clube.»

O nome de Unai Emery não podia fugir à conversa. «É incrível, para ser justo. Desde que chegou, o seu nome fala por si, porque esteve em França e agora está em Inglaterra com o Villa. Levar o clube do 16.º lugar do campeonato à qualificação para a Liga da Conferência na primeira época foi muito importante e a transformação que ele provocou nos jogadores também. Joguei com o John McGee e o Ollie Watkins, e o nível a que se apresentam agora é de topo. A qualificação para a Liga dos Campeões foi muito importante para o clube. É claro que ele chegou numa altura difícil, mas agora está no nível seguinte, o que é muito importante para todos os adeptos do Villa espalhados pelo mundo. Estivemos na digressão pelos Estados Unidos no verão e todos estavam muito entusiasmados com a Liga dos Campeões. Espero que possamos fazer uma grande campanha com o Unai.»

Elmohamady reconhece que se pode ter retirado demasiado cedo. «Mal posso esperar para ouvir o hino da Liga dos Campeões no Villa Park. Tenho a sensação de que perdi essa oportunidade. Arrependo-me. Reformei-me cedo, o Chris [Heck, presidente de Operações Financeiras] diz-me sempre que ainda devia jogar. Se Unai precisar de mim, talvez eu ainda possa... jogar a lateral-direito. Adoraria ter tido um treinador como ele, porque mudou os jogadores, agora estão num nível diferente. O seu desempenho é diferente. Pressiona os jogadores, não lhes coloca limites. Precisa que melhorem, vê-se e em todos os jogos isso acontece, mesmo os mais jovens. O Morgan [Rogers, extremo-esquerdo] chegou no ano passado e vê-se que o seu desempenho é agora de outro nível. É um jogador de topo, de classe superior. Jacob Ramsey também. Era um jogador jovem quando eu cá andava. É possível ver o nível a que está a jogar agora. A transformação dos jogadores é inacreditável.»

Outra grande figura da equipa é Emiliano Martínez, o guarda-redes argentino campeão do mundo. «É a melhor contratação do mundo há muitos anos. É um dos melhores, antes de vir para o Villa nunca tinha jogado um jogo pela Argentina, por isso aqui tudo se abriu para ele. O seu desempenho no Villa abriu-lhe todas as portas e, por isso, ganhou o Campeonato do Mundo e também a Copa América», lembrou o antigo defesa, antes de lembrar outros dois elementos fundamentais para o sucesso: «John McGinn e Ollie Watkins fazem parte da espinha dorsal da equipa, por isso é muito importante para o clube manter estes rapazes e a nova ideia do treinador. Há jovens a entrar, mas precisam dos mais experientes à sua volta, como Emiliano Martínez, John McGinn e Ollie Watkins