Treinador do FC Porto fala sobre a contestação à equipa
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Dragão perde público e a equipa do FC Porto quer recuperá-lo

NACIONAL14.12.202421:30

Assistências no recinto portista atingiram ponto mais baixo com o Casa Pia e Midtjylland; vários fatores explicam menor adesão, como as datas, horários e o frio, mas a componente desportiva tem um peso significativo; grupo e treinador empenhados em reconquistar os adeptos

O Estádio do Dragão tem funcionado como fortaleza impenetrável para o FC Porto. Em onze jogos em casa (ainda que um tenha sido em casa emprestada, o Municipal de Aveiro), os azuis e brancos venceram 10 e empataram um, contra o Man. United, e somaram por vitórias os sete encontros disputados na Liga.

As assistências, esta época, no Estádio do Dragão

Contudo, há uma realidade que não combina com este registo dominador e tem a ver com a progressiva diminuição de assistências nos últimos quatro jogos da Liga e Liga Europa, que ganhou ainda mais expressão com o Casa Pia (32.810 espetadores) e Midtjylland (32.619). Antes destes compromissos, as receções ao Hoffenheim e Estoril não chegaram às 40 mil almas.

Há várias explicações para este fenómeno. Os horários e dias dos jogos, a época festiva que desvia os adeptos para outras atividades e o frio que torna a presença no estádio menos confortável. Mas o problema tem também uma raiz desportiva. O Casa Pia foi a uma segunda-feira à noite (20h45) e assinalava a reunião da equipa com os seus adeptos depois de um mês a jogar longe de casa. Foi justamente nesse ciclo que a equipa derrapou, com três derrotas consecutivas e um empate.

A receção ao Midtjylland chamou menos gente, ainda que por diferença mínima. Não sendo a Liga Europa tão apelativa como a Champions, importa dizer que o recorde de assistências aconteceu com o Man. United (49.211) e que nos primeiros seis jogos o Dragão recebeu sempre acima de 43 mil espetadores.

O 'fenómeno' Rio Ave

Numa época em que nunca se venderam tantas cadeiras anuais e o número de associados, de acordo com recente declaração de André Villas-Boas, ultrapassou a fasquia dos 140 mil, seria de esperar que essa adesão mitigasse a frustração de uma fatia de adeptos descontente com as exibições da equipa que decidiu não ir ao estádio.

As datas têm também forte influência. Um jogo a uma segunda-feira, como este contra o Estrela da Amadora (20h15), é um desafio à imaginação da máquina organizativa e de marketing do FC Porto. E tanto assim é que, por exemplo, o jogo interno com melhor assistência foi contra o Rio Ave (47.113), num contexto desportivo favorável, o que é importante, mas marcado para as 18 horas de um sábado, num mês de agosto mais aprazível.

Falando apenas do campeonato, o Dragão, sem ter recebido nenhum clássico, já que defrontou Sporting e Benfica em casa dos rivais, continua a ter a segunda melhor taxa de ocupação, com uma média de 43.113 espetadores (86,7%) e um acumulado de 301.790 pessoas. Números só suplantados pelo Benfica (59.810/93%/ 418.668). A equipa e Vítor Bruno sentem que há um trabalho de reconciliação a fazer.

Assobios, impaciência e a contestação, sobretudo fora de casa, mas também no Dragão, criou uma certa erosão, mas o facto é que uma palavra de gratidão ao adepto nunca deixou de constar tanto do discurso do treinador como dos jogadores.

A mensagem dentro do grupo é clara: o apoio dos portistas é fundamental e insubstituível. O plantel quer voltar a sentir o calor humano e a energia única do Dragão, com lotações esgotadas e um ambiente vibrante que motive jogadores e adeptos e recuperar essa ligação especial entre a equipa e os seus seguidores, porque, no final, o futebol vive e respira graças aos adeptos.